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Marine Le Pen em noite de eleições
Le Pen já estendeu a mão a Meloni, que se mostra disposta a fazer uma grande aliança de direita no seguimento das europeias. A ambição é que o grupo se torne a segunda força do Parlamento Europeu.
Com a aproximação das eleições da União Europeia, Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa, está planear uma aliança estratégica para formar um bloco influente no Parlamento Europeu. Le Pen estendeu um convite à Primeira-Ministra italiana Giorgia Meloni para unir forças, visando criar o segundo maior grupo parlamentar nas eleições europeias marcadas para daqui a duas semanas.
A proposta de Le Pen a Meloni, articulada numa entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, enfatiza o timing estratégico e o impacto potencial de tal aliança. “Este é o momento de nos unirmos, seria realmente útil. Se conseguirmos, seremos o segundo grupo do Parlamento Europeu. Acho que não devemos deixar passar uma oportunidade como esta”, declarou Le Pen.
A resposta de Meloni indica uma disposição em considerar a colaboração. A primeira-ministra italiana, que se tem tornado uma figura influente a nível europeu, está atualmente a ser cortejada pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para se juntar ao Partido Popular Europeu (PPE) de centro-direita.
No entanto, o partido Irmãos de Itália de Meloni alinha-se atualmente com os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), enquanto o Reunião Nacional de Le Pen faz parte do grupo Identidade e Democracia (ID), explica o Politico.
Os partidos de extrema-direita estão fragmentados em diferentes grupos no Parlamento Europeu. Projeções recentes sugerem que o ID e o ECR poderiam, coletivamente, deter cerca de 139 dos 720 assentos. Esta potencial coligação poderia mudar significativamente a dinâmica de poder no Parlamento Europeu, especialmente se partidos adicionais de extrema-direita — como o Fidesz de Viktor Orbán ou, quem sabe, o Chega — também aderirem.
No entanto, divisões internas e diferenças ideológicas apresentam obstáculos substanciais. A recente expulsão do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) do grupo ID destaca estes desafios, mas pode também ajudar a limpar a sua imagem extremista. A gota de água que levou à expulsão da AfD surgiu após os comentários do eurodeputado Maximilian Krah, que defendeu membros da mílicia nazi SS e declarou que nem todos eram “automaticamente criminosos”.
Uma aliança bem-sucedida entre Le Pen e Meloni poderia fortalecer a influência da extrema-direita na definição da agenda política da Europa. A Reunião Nacional de Le Pen, em particular, poderia beneficiar-se de ser visto como parte de uma coligação de direita mais mainstream, ajudando nas suas ambições para as presidenciais francesas de 2027. Na sua entrevista, Le Pen enfatizou as prioridades partilhadas com Meloni, como um foco na soberania nacional e nas políticas migratórias.
Meloni, falando na Rai TV, não descartou a possibilidade de colaboração com Le Pen, enfatizando o seu objetivo de estabelecer uma maioria de centro-direita no Parlamento Europeu. “O meu objetivo principal é construir uma maioria alternativa à que governou nos últimos anos. Uma maioria de centro-direita — em outras palavras — que colocará a esquerda na oposição na Europa,” afirmou a chefe do Governo italiano.
A potencial aliança enfrenta inúmeros desafios, incluindo a reconciliação de posições divergentes em questões chave, como a guerra na Ucrânia. Alguns membros do ECR, como os da Polónia e da Roménia, estão relutantes em alinhar-se com partidos nacionalistas simpáticos ao Kremlin — e grande parte do crédito que Meloni ganhou junto dos parceiros da UE e dos Estados Unidos baseia-se no seu corte de relações com Putin.
À medida que as eleições se aproximam, as manobras de Le Pen, Meloni e outros líderes de extrema-direita serão atentamente observadas, pois procuram redefinir a ordem política dentro da UE.
Essa dupla é extremamente tóxica para a humanidade.