O francês, cujo cartão de crédito foi roubado do seu carro, quer agora dividir o prémio de 500 mil euros com os dois ladrões. No entanto, os criminosos não foram identificados.
Numa reviravolta invulgar do destino, um francês cujo cartão de crédito foi roubado e utilizado para comprar um bilhete de lotaria premiado está agora a oferecer-se para dividir o jackpot com os ladrões.
Jean-Davide Estele, de Toulouse, foi vítima de um assalto a um carro no dia 3 de fevereiro, durante o qual o seu cartão de crédito foi roubado e mais tarde utilizado para comprar alguns artigos num bar local – um dos quais era um bilhete de lotaria no valor de 500 000 euros.
“É um milagre tanto para os ladrões como para o meu cliente”, disse o advogado de Estele, Pierre Debuisson, que descreveu a bizarra reviravolta dos acontecimentos à CNN. Apesar do crime, Estele não tem interesse em apresentar queixa e, em vez disso, está a apelar aos dois ladrões – que se acredita serem sem-abrigo – para que se apresentem para poderem partilhar os ganhos.
A polícia francesa não conseguiu identificar os culpados, apesar de ter recolhido impressões digitais no local do crime. Existem imagens de vigilância, mas a sua fraca qualidade dificultou a sua localização. Debuisson pediu aos ladrões que contactassem o seu gabinete, assegurando-lhes que “não têm nada a temer”.
“Sem o cartão de crédito do meu cliente, o bilhete não teria sido comprado, mas sem as acções dos ladrões, o meu cliente também não teria ganho”, explicou. “É verdadeiramente inacreditável.”
Estele e a mulher tencionam usar a sua metade do dinheiro para construir uma casa nova. Entretanto, o destino dos ladrões permanece incerto. Se não se apresentarem dentro do prazo estabelecido, os prémios não reclamados podem tornar-se um problema. O operador da lotaria nacional de França, Française des Jeux (FDJ), declarou que não recebeu qualquer reclamação relativa ao bilhete e não pode confirmar os pormenores do caso. Normalmente, os vencedores têm 30 dias a partir do final do período de venda para reclamar o seu prémio.
A história ganhou atenção internacional, com meios de comunicação social na China, na Rússia e na Índia a darem conta do caso. Até o advogado de Estele se mostrou surpreendido com o fascínio global pelo caso.
“Este pode não ser o caso mais louco que já tratei, mas é certamente o mais engraçado”, comentou Debuisson.