Enorme jogo do Benfica em Turim. As “águias” foram a Itália, para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, bater a Juventus por 2-1 e alcançar apenas o quarto triunfo em solo transalpino em 15 deslocações das provas europeias e a 12ª vitória consecutiva esta temporada em todas as competições, o pleno.
A “vecchia signora” começou bem melhor, marcou cedo e pressionou muito a abrir, mas aos poucos os portugueses começaram a controlar o jogo, empataram antes do intervalo, colocaram-se na frente e desperdiçaram várias oportunidades para saírem desta partida com um resultado histórico. João Mário e David Neres fizeram os golos lusos.
O arranque do jogo dificilmente poderia ter sido pior para as “águias”. A Juve pegou no jogo e empurrou a formação lusa para junto da sua área e, logo aos quatro minutos, Milik abriu o ativo de cabeça, na sequência de um livre cobrado por Leandro Paredes na direita. Aos dez foi Kostić a rematar rente ao poste.
Mas aos poucos o Benfica começou a soltar-se, mais agressivo na reação e na pressão, e aos 28 minutos, David Neres cruzou e Gonçalo Ramos, com tudo para marcar, cabeceou à figura de Mattia Perin, numa grande oportunidade de golo.
Rafa Silva, num belo lance em que conduziu um contra-ataque benfiquista, acertou em cheio no poste esquerdo da baliza da Juve, em mais um lance que que os portugueses poderiam ter chegado ao golo. Que acabou por acontecer aos 43 minutos.
Miretti fez falta sobre Gonçalo Ramos na área e João Mário empatou de penálti. O corolário de uma segura subida de produção benfiquista ao longo da primeira metade.
Milik era o melhor nesta fase, devido ao golo, o mesmo acontecendo com o melhor do Benfica, João Mário, que marcou, fez dois passes para finalização e completou 30 de 32 passes.
O Benfica reentrou em grande estilo. Num contra-ataque, Rafa obrigou Perin a grande defesa, mas na recarga, Neres atirou para o 2-1. Reviravolta benfiquista e um jogo partido e aberto, que prometia mais golos, em especial para o Benfica, que esteve perto de marcar em algumas ocasiões por Rafa e Neres, dois autênticos pesadelos para a defesa italiana. Ia valendo Perin.
Aos 71 minutos, Moise Kean, acabado de entrar, atirou ao ferro. O Benfica tentava controlar o jogo, mas a entrada de Di María começava a causar estragos. Vlahović (83′) ainda marcou, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo, e aos 88 minutos foi Bremer a atirar por cima quando já se gritava golo da Juve. Os derradeiros minutos foram mais complicados para as “águias”, mas a vitória já não fugiria.
Melhor em campo
O brasileiro parece talhado para estes jogos. Neres marcou o golo que virou o resultado, poderia ter faturado mais uma ou duas vezes e foi um “diabo” à solta.
Melhor em campo, fez quatro remates, dois enquadrados, sendo o mais rematador a par de Rafa, realizou cinco cruzamentos, um eficaz, acumulou o máximo de ações com bola na área contrária (10), completou três de seis tentativas de drible e ajudou com três desarmes e quatro bloqueios de passe/cruzamento.
Destaques do Benfica
Rafa Silva 7.6
E pará-lo? A jogar entrelinhas e a carregar jogo para a frente, dizimou a defesa italiana com a sua velocidade. Não marcou, mas fez quatro remates, um ao poste, quatro passes para finalização, nove ofensivos valiosos (máximo), recebeu 14 aproximativos, completou três de cinco tentativas de drible, assinou seis conduções aproximativas e três super aproximativas.
Otamendi 6.9
A defesa benfiquista esteve quase imaculada, liderada pelo experiente central argentino. Otamendi espalhou classe e inteligência, somando seis alívios, três desarmes e ganhando os três duelos aéreos defensivos em que participou.
António Silva 6.4
E ao seu lado o puto de 18 anos. Já não há palavras para descrever a tranquilidade e maturidade de António Silva, que parece jogar a Champions há uma década. O jovem completou oito de 13 passes longos, assinou três interceções e o máximo de alívios (8).
João Mário 6.4
Mais um enorme jogo do médio. João Mário está em grande forma, confiante, joga de cabeça levantada e integra-se muito bem nas ações ofensivas. Marcou de penálti, fez dois passes para finalização, nove passes ofensivos valiosos e acertou 91% das entregas que realizou.
Gonçalo Ramos 6.2
O atacante começou de forma tímida, mas cresceu no jogo e foi sobre ele que foi cometida a falta da grande penalidade que valeu o empate. Autor de três remates, enquadrou dois, fez dois passes para finalização, recebeu 16 passes aproximativos (máximo), somou oito acções com bola na área contrária e ganhou incríveis oito duelos aéreos ofensivos em 13. Pena a ocasião flagrante desperdiçada.
Alexander Bah 6.0
Talvez a surpresa no “onze” inicial do Benfica, uma vez que Gilberto tem estado bem e é defensivamente mais consistente. Porém, o dinamarquês esteve bem, com três bloqueios de cruzamento e sete recuperações de posse, fez 13 passes aproximativos e dois super aproximativos, e integrou-se bem no ataque, com dois remates e outros tantos passes para finalização.
Enzo Fernández 5.9
Por vezes as notas não dizem tudo das exibições de Enzo. O argentino é o cérebro de todo o futebol “encarnado”, é extremamente inteligente a decidir e terminou com o máximo de passes certos (67, ou seja, 94% de eficácia), completou as três tentativas de drible e registou o máximo de recuperações de posse (12) e desarmes (7).
Grimaldo 5.6
O espanhol não se aventurou tanto quando é costume, pois teve de lidar com a explosão de Cuadrado. Grimaldo fez um jogo consistente, concentrado e registou excelentes 11 recuperações de posse.
Destaques da Juventus
Mattia Perin 6.4
Esteve quase a assinar pelo Benfica, mas não aconteceu. Esta noite foi o melhor em campo da Juventus e sem ele a vitória benfiquista teria assumido outros números. Perin fez cinco defesas, quatro a remates na sua grande área.
Milik 6.4
O ponta-de-lança polaco começou a partida logo a faturar, de cabeça. Foi sempre dos mais perigosos dos italianos, tendo enquadrado os seus dois remates e recebido sete passes aproximativos.
Paredes 6.3
O médio dá critério à formação de Turim. Dele saiu a assistência para o golo de Milik, registou quatro passes para finalização, fez 11 passes aproximativos, oito recuperações de posse, quatro ações defensivas no meio-campo contrário e quatro desarmes.
Resumo
// GoalPoint
O Benfica devia de ser castigado por derrotar VELHOTAS.
Hoje em dia derrotar a Juventus é provavelmente mais fácil do que vencer o Chaves. Curiosamente já o ano passado o Benfica tinha calhado com outro “gigante” adormecido… O Barcelona.