Justiça devolveu pensão de 26 mil euros a Manuel Pinho

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José Sena Goulão / Lusa

O antigo Ministro da Economia Manuel Pinho

Manuel Pinho vai ter a sua pensão de reforma, no valor de 26 mil euros, de volta. O Tribunal da Relação decidiu que esta não estaria relacionada com o suposto “pacto corruptivo” com Ricardo Salgado.

O Tribunal da Relação de Lisboa revogou o arresto da pensão de reforma de Manuel Pinho, no valor de 26.561 euros por mês, que tinha sido pedida pelo Ministério Público e decretada pelo juiz Carlos Alexandre, escreve o Correio da Manhã.

O tribunal deu razão a um pedido da defesa do antigo ministro da Economia, que é suspeito de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Os juízes desembargadores consideram que a reforma de Manuel Pinho não resulta do “pacto corruptivo” alegadamente combinado si e Ricardo Salgado.

Manuel Pinho não só vai ter a pensão de reforma de volta, como vai reaver os valores que não recebeu enquanto a pensão esteve apreendida, detalha o Observador.

“Ao recorrente seria concedida a passagem à reforma aos 55 anos, com uma pensão equivalente a 100% do salário, porque nela se refere que isso correspondia a um direito já adquirido”, lê-se no acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, a que o Correio da Manhã teve acesso.

“Nestes termos e nos mais de direito aplicáveis, julgamos parcialmente provido o recurso e, consequentemente, revogamos o despacho recorrido, na parte em que decreta a apreensão da pensão de reforma do Recorrente”, lê-se ainda.

No recurso da equipa de defesa de Manuel Pinho alegava-se que “a pensão de reforma que o Arguido recebe não tem qualquer ligação, nem direta, nem indireta, nem próxima, nem remota, com os crimes que lhe são imputados nestes autos, nem com quaisquer outros”.

O seu advogado, Ricardo Sá Fernandes, explicou em declarações à Rádio Observador o que motivou o recurso.

“Efetivamente esta pensão de reforma corresponde a um direito do dr. Manuel Pinho, garantido ainda antes de ele ir para o Governo. Era um pouco difícil que esta pensão de reforma pudesse decorrer de um pacto corruptivo”.

A defesa de Alexandra Pinho, esposa de Manuel Pinho, também pediu a revogação das apreensões de imóveis e saldos das contas bancárias de que foi alvo. No entanto, o relator Vieira Landim não decidiu da mesma forma do seu colega do Tribunal da Relação de Lisboa.

ZAP //

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  1. Há muitos anos e a quem me perguntava em que setor eu apostaria mais no orçamento de Estado, caso eu fosse político, eu respondia e respondo sempre que seria no setor da Justiça. Algumas desses ouvintes indignavam-se com tal ideia e, perante esta ideia perguntavam-me: Mas então a saúde e a educação? São setores muito importantes mas, como em qualquer setor há gente correta e incorreta (corrupta, etc.) a investigação e consequente poder judicial tem de trabalhar em todos os setores. Afinal, e infelizmente, os nossos governantes continuam a fazer ouvidos moucos para a resolução de muitos problemas no setor da justiça. E eu sei a razão: a grande maioria dos deputados da Assembleia da República fazem leis que futuramente lhes vão “fazer jeito” e são uns medricas quando alguém quer “mexer” no poder judicial. O senhor Dr. Juiz Carlos Alexandre, baseado na lei, toma uma decisão; os Srs. juízes desembargadores do tribunal da Relação de Lisboa dão mais crédito a um sr. advogado que se baseia em leis criadas na Assembleia da República para futuramente justificar a injustificável corrupção de um senhor ministro que comunicou com palavrões na Assembleia da Irresponsabilidade de Portugal. Como os parlamentares têm medo em criar leis que os desgovernos possam reestruturar o poder judicial. Embora até critique muito do ,o pseudo inginheiro Sócrates, que desfez Portugal, confesso que na sua primeira intervenção do seu governo o admirei pela sua coragem quando questionou algumas benesses (férias dos elementos do poder judicial) dos senhores juízes. Ai, Portugal, Portugal, aonde vais tu?

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