José Paulo Fafe demite-se da presidência da Global Media

O presidente da Comissão Executiva da Global Media, José Paulo Fafe, apresentou esta quarta-feira a sua demissão por considerar “estarem esgotadas” as condições para exercer as suas funções.

“Ao fim de quatro meses de exercício das funções, decidi hoje apresentar a renúncia ao cargo de presidente da Comissão Executiva do Global Media Group [GMG], onde igualmente detinha os pelouros editorial, de expansão e novos produtos”, anunciou, em comunicado, o CEO da Global Media.

José Paulo Fafe considera “estarem esgotadas” as condições para exercer as suas funções como CEO do grupo dono do Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF, entre outros.

A demissão surge na sequência da grave crise financeira que afetou o grupo de media e sob fogo de greves e protestos há quase dois meses.

No dia 19, os plenários dos trabalhadores do JN e do desportivo O Jogo decidiram ativar a suspensão de contratos de trabalho, por falta de pagamento de salários.

O presidente do grupo tinha na altura anunciado que o World Opportunity Fund (WOF) tinha transmitido a sua indisponibilidade para transferir dinheiro para pagar os salários em atraso até uma decisão da ERC e à retirada de um “procedimento cautelar” anunciado por Marco Galinha, antigo acionista de referência da Global Media.

O fundo adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas, proprietária directa da Global Media, ficando com 25,628% de participação social e dos direitos de voto no grupo.

A GMG tinha, à data de 15 de janeiro, seis propostas de investimento em cima da mesa que apontavam para diferentes caminhos, desde injeções de capital na holding até à venda separada de ativos do grupo.

A administração do grupo abriu em dezembro do ano passado um programa de rescisões por mútuo acordo abrangendo 150 trabalhadores, para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, com compensações divididas por 18 meses, e anunciou que iria haver atrasos nos pagamentos dos subsídios de Natal.

Mais tarde, a empresa informou os trabalhadores de que não iria pagar os salários de dezembro, sublinhando que a situação financeira é “extremamente grave” e que não pode comprometer-se com datas.

No início do mês, o JN fez uma greve “a 100%” e o jornal não saiu nas bancas, pela primeira vez em 34 anos.

A redação do jornal criou uma petição pública e a iniciativa “Somos JN”, com o objetivo de alertar para as consequências do despedimento coletivo no jornal, que entre a sede no Porto e a delegação de Lisboa tem cerca de 90 profissionais.

ZAP // Lusa

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