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A tatuadora alemã Jessica Brösche pela lente do fotógrafo Thorsten Briese.
As férias nos EUA acabaram por tornar-se num pesadelo para a tatuadora alemã Jessica Brösche que está detida há cerca de um mês em instalações dos serviços de imigração.
Jessica, que é natural de Berlim, na Alemanha, estava nos EUA para umas férias de três semanas. Mas aproveitou para viajar para o México com uma amiga norte-americana, Nikita Lofving, que é designer de roupa em Los Angeles.
Foi no regresso aos EUA, através da fronteira de San Diego, que acabou detida pelos serviços de Imigração, o chamado ICE, no passado dia 25 de Janeiro.
“Levaram-na mesmo à minha frente enquanto caminhávamos”, conta Nikita Lofving em declarações à CNN.
“Passaram-se duas horas, e depois ela ligou-me e disse: ‘Vou ser deportada de volta para a Alemanha“, relata a designer de roupa, notando que a amiga prometeu ligar-lhe quando chegasse ao seu país natal dentro de “alguns dias”.
Mas, passado mais de um mês, Jessica continua no centro de detenção a aguardar pela deportação.
Mas porque foi a turista alemã detida?
Jessica entrou nos EUA com um visto ESTA (Electronic System for Travel Authorization), um sistema electrónico que permite aos cidadãos de países participantes do Programa de Isenção de Vistos (Visa Waiver Program), como é o caso da Alemanha, viajar para os EUA em turismo, negócios ou trânsito por até 90 dias.
Nikita Lofving explica ao canal 10news que a amiga lhe disse que os agentes do ICE a acusaram de “trabalhar” nos EUA. As duas amigas estariam a viajar com material de fazer tatuagens.
A designer de roupa revela ainda à CNN que os funcionários da imigração podem ter percebido mal a amiga quando disse que ia fazer uma tatuagem em Los Angeles.
“Ela veio para trabalhar, mas não realmente por dinheiro“, assegura Nikita Lofving à CNN, sublinhando que as duas têm “um acordo entre artistas”. “Estamos a trabalhar neste projecto de tatuagem no meu corpo há cinco ou seis anos e, em troca, faço roupa para ela”, salienta.
Jessica está “desesperada”
Numa entrevista por telefone ao canal 10news, Jessica conta que está “desesperada” e garante que esteve em confinamento solitário durante oito dias. Foi horrível”, lamenta.
A amiga diz que Jessica lhe contou que foi “como um filme de terror” e que “ao fim de nove dias, ficou tão louca que começou a esmurrar as paredes e ficou com sangue nos nós dos dedos”.
Contudo, um elemento da empresa que gere o centro de detenção do ICE onde Jessica está, desmente que a instituição tenha sequer espaços de confinamento.
“Invulgar” e “extremamente preocupante”
O presidente da Associação Americana de Advogados de Imigração, Jeff Joseph, diz à CNN que não entende porque é que a tatuadora alemã está há tanto tempo detida, considerando que é um caso “bastante invulgar” e “extremamente preocupante”.
Habitualmente, quando a entrada nos EUA é negada a um turista, este pode simplesmente retirar a intenção de entrar no país. “Em vez de ser submetido a procedimentos de deportação, é-lhe permitido voltar para o avião, dar meia-volta e ir para casa, e isso não parece ter acontecido neste caso”, lamenta o advogado.
“Não entendo por que razão está a demorar tanto tempo para voltar para a Alemanha”, desabafa ainda Jessica.
Entretanto, Nikita Lofving revela no seu perfil do Instagram que a amiga tem viagem marcada de regresso à Alemanha para 11 de Março.
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