Película da ECUM feita com materiais ecológicos é colocada entre o vidro duplo. É ativada pela luz solar ou pelo ocupante do edifício.
Cientistas em Portugal estão a criar janelas que mudam de cor consoante a necessidade térmica do edifício.
A ideia desta inovação é melhorar a eficiência energética, o conforto e reduzir gastos. Está a ser desenvolvida por uma equipa da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM).
Em comunicado enviado ao ZAP, a Universidade do Minho explica que o segredo está na película colocada entre o vidro duplo – como numa sanduiche.
Aí a película é ativada pela luz solar, ficando mais opaca no verão e mais transparente no inverno.
A equipa salienta que mudar de janelas estáticas para janelas dinâmicas traz diversos benefícios.
Uma vantagem prática e mais visível: reduz em tempo real as necessidades energéticas do edifício – ajusta a entrada de luz solar (radiação visível) e de calor solar (radiação infravermelha próxima) – e, por outro lado, adapta-se à escolha do ocupante, independentemente do clima, geografia, clima, estação do ano ou orientação da divisão do imóvel.
A mesma película utiliza polímeros naturais: celulose, ágar-ágar, quitina e quitosana, entre outros.
E pode estar ligada a um circuito elétrico para os utilizadores do edifício alterarem a cor da janela consoante as suas necessidades.
“Esta janela inteligente ou dinâmica utiliza materiais retirados da natureza, que são fáceis de extrair de derivados de crustáceos, por exemplo, e que substituem o uso de polímeros sintéticos obtidos do petróleo”, explica a diretora do Centro de Química da ECUM, Maria Manuela Silva.
A película entre os vidros é uma membrana sólida funcionalizada, incluindo uma camada electrocrómica e componentes quase transparentes, para o ocupante continuar a ter boa visibilidade pela janela.
“A nossa ideia é este material inovador poder ser facilmente instalado em janelas de vidro duplo e contribuir para uma maior eficiência energética dos edifícios”, frisa a investigadora.
A janela traz um desempenho energético eficiente e melhora o ambiente interno, com o ajuste da luminosidade e do conforto visual.
É mais um passo, este significativo, rumo aos edifícios de energia zero.