Estruturas inéditas de 19 galáxias: imagens da maior análise do James Webb

Uma nova compreensão sobre como processos como a formação estelar podem afetar as galáxias, os maiores objetos do universo.

Com o telescópio James Webb, pesquisadores liderados por Janice Lee, cientista chefe da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, estudaram a formação de estrelas, o gás e poeira em galáxias próximas em comprimentos de onda da luz infravermelha, com resolução sem precedentes.

Os dados obtidos oferecem uma nova compreensão sobre como processos de escala tão pequena, como é o caso da formação estelar, podem afetar as galáxias, os maiores objetos do universo.

O levantamento das galáxias próximas é o maior realizado no primeiro ano de operações científicas do James Webb, e faz parte da colaboração Physics at High Angular resolution in Nearby Galaxies (PHANGS). Para o estudo, a equipa está a examinar uma amostra composta por 19 galáxias do tipo espiral.

NASA, ESA, CSA, and J. Lee (NOIRLab), A. Pagan (STScI)

Destas, as galáxias M74, NGC 7496, IC 5332, NGC 1365 e NGC 1433 foram estudadas nos primeiros meses de operação do telescópio.

As imagens do instrumento Mid-Infrared Instrument (MIRI) revelam uma espécie de “rede” formada por cavidades brilhantes de poeira e grandes bolhas gasosas que acompanham os braços destas galáxias.

Em algumas regiões delas, a rede parece ter surgido a partir de estruturas e bolhas individuais e sobrepostas, onde estrelas jovens estão a libertar energia.

O MIRI realizou observações em comprimentos de onda de 7,7 e 11,3 micrómetro, que permitiu identificar emissões de compostos essenciais para a formação de estrelas e planetas.

Reprodução/NASA, ESA, CSA, and J. Lee (NOIRLab), A. Pagan (STScI)

Galáxia NGC 1433

“Estamos a observar diretamente como a energia da formação das estrelas jovens afeta o gás ao redor delas, e é impressionante”, disse Erik Rosolowsky, membro da equipa.

“Áreas que estão completamente escuras nas imagens do Hubble iluminaram-se em detalhes incríveis nestas novas imagens do infravermelho, permitindo-nos estudar como a poeira do meio interestelar absorveu a luz das estrelas em formação e emitiu de volta no infravermelho”, acrescentou Karin Sandstrom.

Ao investigar como estas interações ocorrem, os cientistas podem compreender melhor a evolução das galáxias ao longo do tempo.

Agora, os membros da iniciativa PHANGS vão criar e publicar conjuntos de dados que alinhem os dados do Webb a outros dados complementares, reunidos noutros observatórios, como uma forma de acelerar as descobertas para a comunidade astronómica.

Os artigos com os resultados foram publicados numa edição especial da revista The Astrophysical Journal Letters.

Reprodução/NASA, ESA, CSA, and J. Lee (NOIRLab), A. Pagan (STScI)

Galáxia NGC 1365

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