A Jamaica está a preparar um pedido de indemnização à Grã-Bretanha pelo papel deste país no comércio transatlântico de escravos nos séculos 17 e 18, quando pelo menos 600 mil africanos foram enviados para o Caribe como escravos.
Durante muito tempo a Jamaica serviu como um nó-chave numa rede de comércio de escravos, impulsionada pela Espanha e depois pela Grã-Bretanha. O país, uma ex-colónia britânica, independente desde 1962, quer agora receber reparações, através de uma petição apresentada à rainha Isabel II.
Olivia Grange, ministra do Desporto, Juventude e Cultura da Jamaica, disse à agência Reuters que o Governo buscará “justiça em todas as suas formas” para “reparar os danos que os nossos ancestrais sofreram”.
“Os nossos ancestrais africanos foram retidos à força das suas casas e sofreram atrocidades (…) para realizar trabalhos forçados em benefício do Império Britânico”, referiu a ministra, sem divulgar a quantia exata a ser solicitada.
A petição está associada a uma moção apresentada pelo legislador jamaicano Mike Henry, que busca mais de 10 mil milhões de dólares (cerca de 8,5 mil milhões de euros), uma estimativa de quanto os escravos receberam em compensação depois que a Grã-Bretanha aboliu a escravatura, libertando cerca de 800.000 negros, em 1834.
Pessoas escravizadas transportadas para o Caribe foram forçadas a trabalhar em péssimas condições nas plantações de açúcar e nas safras, nas quais abundavam doenças. Cerca de 20 milhões de homens, mulheres e crianças africanos foram escravizados durante este período, de acordo com estimativas.
Muitos proprietários das plantações residiam em Inglaterra, cujas indústrias estabelecidas no Caribe canalizavam riqueza para o Império Britânico. Como muitas nações que já fizeram parte do Império Britânico, a Jamaica integra a Commonwealth, uma organização de países liderada por Isabel II.
Este ano, a Alemanha reconheceu que, durante a ocupação do que hoje é a Namíbia, foi responsável por genocídio colonial. O governo prometeu entregar 1,3 mil milhões de dólares (aproximadamente 1,1 mil milhões de euros) em ajudas ao país, acrescentando que a soma representava o “reconhecimento pelo sofrimento incomensurável”.
O Haiti também pressionou para ser compensado pelo sofrimento generalizado causado pela escravatura na era colonial.
Estes são como as prostitutas quando sonham que o cliente é abonado em dinheiro! O que vale é que os jamaicanos vivem todos em ótimas condições sem necessidade de emigrarem!
Vamos por partes. Primeiro peçam indemnizações aos países africanos que capturavam negros e que os revendiam aos traficantes de escravos.