“Vendem carros?”, provocou Elon Musk. Jaguar vai remodelar a imagem da marca e há quem peça “despedimento da equipa de marketing”. E há quem diga que “agora, pessoas de todas as origens não compram os seus automóveis”.
Num vídeo publicado, entre outras redes sociais, no X, a marca de carros Jaguar anunciou uma nova campanha de marketing, “Copy Nothing” (“Não imites ninguém”, em tradução livre) que passa por remodelar toda a imagem, a começar pelo logótipo.
No dia 2 de dezembro, a marca indiana de origem britânica vai apresentar o próximo protótipo, data em que irá também revelar mais detalhes sobre a nova identidade do design da marca, que se centra na inclusividade.
“O re-lançamento da nossa marca Jaguar é uma reinvenção ousada e imaginativa e, como esperado, atraiu atenção e debate”, disse o porta-voz da Jaguar Land Rover, Joseph Stauble, à Forbes. Stauble afirmou ainda que a empresa “preservou símbolos icónicos ao mesmo tempo que deu um salto dramático em frente“.
Houve, no X, diferentes reações ao novo anúncio, e contam-se entre as respostas ao vídeo muitos comentários depreciativos. “Despeçam a vossa equipa de marketing“, sugere uma utilizadora, acompanhada por outros utilizadores que garantem que o novo website parece agora “uma marca de roupa“.
O CEO da Tesla, Elon Musk, não perdeu a oportunidade para provocar a marca: “Vendem carros?”, comentou em resposta ao anúncio.
A Jaguar não se conteve e, em jeito de provocação, respondeu: “Sim. Gostaríamos de o mostrar. Junta-se a nós para uma chávena de chá em Miami, a 2 de dezembro?”.
A troca de farpas terminou com Elon Musk a aceitar o convite: “Estou ansioso por ver a vossa nova gama de veículos”, concluiu.
Houve assim quem defendesse as novas mudanças da marca, que agora deve apenas exibir o logótipo em pequenos detalhes nos carros.
Já a colunista do The Guardian Marina Hyde resumiu a mudança na imagem de forma irónica: “a nova marca ‘inclusiva’ da Jaguar é de se lhe tirar o chapéu: agora, pessoas de todas as origens não compram os seus automóveis“.
A Jaguar Land Rover foi comprada em 2008 pelo empresário indiano Ratan Naval Tata, detentor do grupo Tata, que faleceu em outubro deste ano.
Como recordou a BBC a propósito do seu obituário, a aquisição da Jaguar foi vista como uma “vingança” contra a Ford, que se tinha recusado “ironicamente” a adquirir a Tata Motors no início da década de 90 e que depois foi, afinal, por ela derrotada.
Segundo o historiador Mircea Raianu, no seu conjunto, estas aquisições (desta e outras empresas) por parte de Tata sugeriram que as empresas indianas tinham “chegado” à cena mundial.