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Mistério desvendado: Já se sabe para onde viajam os animais marinhos

Florida Atlantic University

Uma equipa de cientistas reuniu dados de localização de animais marinhos de modo a estudar os seus movimentos de longa distância.

Para estudar o movimento destes animais, os cientistas instalaram-lhes um pequeno dispositivo, denominado transmissor acústico ou etiqueta, que emite sinais únicos.

Segundo o Phys.org, estes sinais são captados por recetores ancorados no fundo do mar que registam a data e a hora de cada deteção quando o animal marcado se encontra ao seu alcance.

Os dados recolhidos são armazenados até serem recuperados pelos investigadores e partilhados entre os membros das redes cooperativas de telemetria acústica.

Num novo estudo, publicado no Methods in Ecology and Evolution, os investigadores simularam rastos de animais num computador e, em seguida, testaram se o seu método permitiria reconstruir com precisão os rastos se recebessem dados de deteção apenas de um conjunto de telemetria acústica cooperativa.

Embora a maioria dos dados tenha sido simulada, os investigadores testaram também a sua metodologia com dados de tubarões-galha-preta (Carcharhinus limbatus) altamente migratórios para demonstrar como este método pode ser aplicado ecologicamente.

Os resultados do estudo demonstraram que este processo pode melhorar a reconstrução de trajetos, mesmo em regiões com uma cobertura irregular de recetores.

Por sua vez, também apresentaram um bom desempenho nas regiões costeiras,  que minimizaram o efeito de aglomeração de altas densidades de recetores e  permitiram melhorar as lacunas em algumas regiões.

O desempenho do novo método foi principalmente afetado pela presença ou ausência de recetores e, em menor escala, pela densidade dos mesmos e pela profundidade da água, dependendo da resolução da grelha.

“A nossa abordagem pode reduzir significativamente as lacunas na recolha de dados e melhorar a fiabilidade dos conhecimentos ecológicos”, diz a investigadora Beth Bowers.

“É importante salientar que este método não depende de técnicas dispendiosas, como testes rebocados por barcos a motor, o que o torna adequado para estudos em grande escala nos diversos habitats”, acrescenta a cientista.

Este novo método aumenta a utilidade da tecnologia de telemetria acústica e fornece bases para estudos futuros que possam avaliar a exatidão e a precisão do movimento animal.

“É importante referir que as implicações das nossas descobertas vão para além dos ambientes marinhos, oferecendo uma abordagem transformadora à monitorização da vida selvagem em meios aquáticas e terrestres“, conclui Bowers.

Soraia Ferreira, ZAP //

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