Já se sabe para onde as aves marinhas estão a migrar

Uma equipa de cientistas realizou uma pesquisa em grande escala sobre as aves que nidificam nos atóis do Indo-Pacífico.

Os atóis são ilhas, geralmente com a configuração de um anel, que delimita uma lagoa interior com comunicação para o mar, que se forma em mares tropicais e é originada pela aglomeração e pela consolidação de rochas sedimentares.

Segundo a Cosmos, dos cerca de 440 atóis do mundo, a maioria está no Oceano Pacífico. A sua área de superfície combinada representa apenas cerca de 0,02% da área total da ilha na região Indo-Pacífico.

Num novo estudo, publicado a semana passada na Nature Ecology & Evolution, os investigadores recolheram informações de mais de 90 conjuntos de dados sobre milhões de aves marinhas na região, incluindo onde nidificam.

Seguidamente, foram recolhidos dados sobre as aves marinhas a nidificar em 199 dos 280 atóis da região.

A equipa descobriu que 25% de todas as aves marinhas tropicais nidificam em atóis.  Além disso, descobriram que os atóis são locais de reprodução de 37 espécies de aves marinhas e que o seu número num determinado atol pode variar entre várias dezenas e mais de 3 milhões.

“Calculámos que mais de 31 milhões de aves marinhas, cerca de 25% das aves marinhas tropicais do mundo, nidificam em atóis. Pelo menos 14 espécies de aves marinhas têm mais de metade das suas populações globais a nidificar em atóis”, explica o primeiro autor do estudo, Sebastian Steibl.

Esta investigação realça a importância de conservar as colónias de aves marinhas e os atóis no meio de crescentes desafios ambientais, como o aquecimento dos oceanos e a subida do nível do mar.

“Com base na importância global dos atóis aqui estabelecida para a conservação das aves marinhas, estes oferecem-se como bons locais para futuras iniciativas de conservação e restauração de aves marinhas”, concluem os investigadores.

Por fim, com muitos atóis atualmente desabitados, a conservação das aves marinhas poderia ser melhorada através da luta contra as espécies invasoras.

Além disso, as contribuições de nutrientes das aves marinhas para os recifes de coral poderiam ajudar a proteger os atóis durante as alterações climáticas.

Soraia Ferreira, ZAP //

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