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Já se sabe o que causou a falha do Hubble – e a reparação é arriscada

NASA

Na primeira missão de reparação do Hubble, astronautas instalaram lentes para corrigir um espalho defeituoso

Os engenheiros da NASA acreditam que a problema não é o computador em si, mas sim uma falha num regulador de energia.

A falha no telescópio Hubble foi um grande mistério, mas a NASA já tem uma hipótese sobre o que poderá ter causado a avaria de 13 de junho. Depois de semanas a tentar descobrir a causa, os engenheiros perceberam que o problema não é o computador em si, mas sim um regulador de energia avariado.

“Depois de testes durante vários dias, incluindo tentativas de reiniciar e reconfigurar o computador e o sistema de reserva, que não foram bem sucedidos, a informação recolhida permite-nos determinar a possível causa dos problemas na Unidade de Controlo de Energia”, afirma a NASA.

Esta Unidade é responsável por garantir um fornecimento constante de electricidade para o computador e para a memória. A análise concluiu que o regulador de voltagem ou dispara para níveis errados ou que o circuito secundário de protecção se degradou com o passar do tempo e encravou.

A equipa de engenheiros já começou o processo de vários dias para mudar o hardware de reserva do Hubble. A boa notícia é que cada parte do hardware tem uma peça gémea pré-instalada no telescópio, caso haja falhas. Isto facilita o trabalho dos engenheiros, que só têm de ligar a Unidade de Controlo de Energia de reserva.

No entanto, não é tudo tão simples como apenas desligar uma unidade e ligar outra, visto que a unidade energética está conectada a muitos outros componentes do Comando de Instrumento Científico e da Unidade de Tratamento de Dados. Assim, a NASA tem de mudar todos estes componentes.

Esta decisão é também arriscada porque caso o Comando de Instrumento Científico ou a Unidade de Tratamento de Dados se avariem no futuro, já não têm peças de reserva prontas para a substituição, o que pode ditar o fim do Hubble.

Há também o perigo de os engenheiros não conseguirem ver o que estão a fazer. “Não conseguimos ver o telescópio, não conseguimos vê-lo a acontecer. Não queremos acidentalmente desligar o rádio. Não queremos acidentalmente trocar uma bateria que não está pronta para ser trocada. Não queremos acidentalmente partir alguma coisa“, conta Paul Hertz, director da divisão de astrofísica da NASA, à Business Insider.

Apesar dos riscos, a prioridade é recuperar o Hubble em segurança. “Acho que vamos ser bem-sucedidos, mas não é garantido. Pode o problema ter alguma coisa a ver com a idade do Hubble? A resposta é quase de certeza que sim”, revela Hertz.

O fim mais provável para a missão do Hubble é que um dia um componente aleatório que já não tenha uma reserva falhe, acredita Hertz. Esta não é a primeira vez que a NASA reiniciou o telescópio desta forma. Em 2008, um falha no computador deixou o Hubble offline durante duas semanas, e os engenheiros tiveram de trocar para hardware redundante.

O telescópio Hubble, que foi lançado para órbita em 1990, já descobriu novas luas de Plutão, capturou imagens de nascimentos e mortes de estrelas e acompanhou dois objectos interestelares enquanto passaram pelo Sistema Solar.

Desde 2009 que não é actualizado e algum do seu hardware tem mais de 30 anos. Esta avaria pode ser o primeiro sinal da proximidade do fim desta que é uma das missões de astrofísica mais importantes da NASA.

AP, ZAP //

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