A justiça italiana condenou dois tripulantes do barco que naufragou em 2015, no Mediterrâneo, ao largo da costa da Líbia, causando a morte de mais de 900 pessoas.
Um tribunal da Catânia, na região da Sicília, condenou o capitão do barco, o tunisino Muhammad Ali Malek, a 18 anos de prisão e a uma multa de nove milhões de euros, depois de ter sido considerado culpado de múltiplas acusações de homicídio, tráfico de seres humanos e responsabilidade na colisão do sobrelotado barco de pesca contra o navio de carga que ia em seu socorro.
O adjunto do capitão, o sírio Mahmud Bikhit, foi condenado a cinco anos de prisão e ao pagamento de uma multa de igual valor, depois de ter sido considerado culpado por facilitação de imigração ilegal e também responsabilidade na colisão.
Ambos os acusados alegaram, em defesa, que eram apenas migrantes e tinham comandado o barco às ordens de traficantes e que o verdadeiro capitão tinha morrido no acidente.
Porém, alguns dos 28 sobreviventes do acidente identificaram-nos como capitão e adjunto de capitão e responsabilizaram a sua falta de competências para dirigir o barco, culpando-os pela colisão.
Os peritos forenses italianos passaram meses a analisar cadáveres para poder contabilizar as vítimas, que estimaram em 900, naquele que ficou para a história como o pior acidente marítimo no Mediterrâneo desde a II Guerra Mundial.
Mais de doze mil pessoas perderam a vida no Mediterrâneo desde 2013, quando a tendência de aumento dos fluxos se começou a verificar.
/Lusa