Israel tem “todo o direito” de anexar o Vale do Jordão, afirma Benjamin Netanyahu

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Mário Cruz / EPA

O primeiro-ministro israelita Benjamin, e o seu homólogo português, António Costa

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou na quinta-feira em Lisboa que Israel tem “todo o direito” de anexar o Vale do Jordão, adiantando que essa proposta foi discutida no encontro da véspera com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.

Como noticiou o Expresso esta sexta-feira, os palestinianos ambicionam toda a Cisjordânia, capturada por Israel em 1967. O Vale do Jordão ocupa cerca de 25% da Cisjordânia, sendo uma das poucas áreas restantes que poderiam ser desenvolvidas pelos palestinianos. Mas Israel considera a área vital para a segurança do seu país.

A procuradora-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda, sublinhou no seu relatório anual que esta entidade está a acompanhar “com preocupação” a proposta de anexação israelita. Questionado sobre este alerta, Netanyahu insistiu: “Israel tem todo o direito de o fazer se assim o escolhermos”.

De acordo com o Expresso, o primeiro-ministro israelita classificou o encontro com Pompeo em Lisboa, que durou 01:45, como “fundamental para a segurança israelita”, assinalando, em particular, os progressos que fizeram num pacto de defesa conjunto que oferecerá a Israel mais garantias contra um eventual futuro ataque do Irão.

Netanyahu também se reuniu com o primeiro-ministro português, António Costa, e agradeceu-lhe por ter adotado a definição de antissemitismo da Aliança para a Memória do Holocausto, que inclui algumas críticas a Israel. Da agenda da reunião constavam a cooperação tecnológica na cibersegurança e a colaboração na luta contra o terrorismo e nas áreas científicas e académicas.

O encontro entre Netanyahu e Pompeo foi o primeiro desde que a Administração norte-americana anunciou, em meados de novembro, que os EUA deixaram de considerar os colonatos israelitas na Cisjordânia “inconsistentes” com o direito internacional. A decisão significou o abandono de uma posição defendida desde 1978.

ZAP //

1 Comment

  1. Procure-se as semelhanças com a anexação da Áustria, dos Sudetas e da Checoslováquia, espaços que foram, há cerca de 80 anos, considerados vitais para a defesa de um certo país que bem conhecemos. É incrível como a vítima passa a imitar o agressor! E cooperação no combate ao cibercrime quando ainda não foi há muito tempo descoberta uma rede de espionagem informática nas Necessidades a partir de sistemas instalados pelos israelitas? Espero que o governo tenha noção de que não se pode confiar neste Netanyahu!

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