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Irão critica Trump e diz que “não é o momento de construir muros”

World Economic Forum / Flickr

Hassan Rohani, presidente iraniano

Hassan Rohani, presidente iraniano

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, criticou hoje o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, dizendo que “agora não é o momento de construir muros entre as nações”.

“Eles esqueceram-se de que o Muro de Berlim caiu há muitos anos atrás. Mesmo que existam muros entre as nações, eles devem ser removidos”, disse Rouhani, numa convenção de turismo, em Teerão.

As declarações do presidente iraniano seguem-se à decisão de Trump de construção de um muro ao longo da fronteira EUA-México e impor o controlo rígido dos viajantes de sete países muçulmanos, entre eles o Irão.

Hassan Rouhani não comentou diretamente a proibição de vistos dos EUA, mas recordou que o Irão “abriu as suas portas” aos turistas estrangeiros desde a assinatura de um acordo nuclear com as potências mundiais, em 2015.

Numa altura em que mais de um milhão de iranianos vivem nos Estados Unidos, muitas famílias estão profundamente preocupadas com as implicações da proibição de vistos de Donald Trump, que também afeta cidadãos do Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen.

Não serão emitidos vistos para migrantes ou visitantes desses países durante pelo menos 90 dias, restrição que pode ser estendida se os países em questão não fornecerem amplas informações sobre os indivíduos que procuram entrar nos Estados Unidos.

Teerão e Washington não têm laços diplomáticos desde que estudantes e militantes islâmicos invadiram a embaixada dos EUA em Teerão em 1980, após uma revolução islâmica que derrubou o Xá Mohammad Reza Pahlavi, e mantiveram 52 norte-americanos reféns durante 444 dias.

Irão reage a decisão “insultuosa” e proíbe entrada de norte-americanos

O Irão vai proibir a entrada de norte-americanos, reagindo à decisão “insultuosa” do Presidente dos EUA de restringir chegadas com origem em território iraniano e mais seis Estados muçulmanos, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O Irão optou responder à letra “depois da decisão insultuosa dos EUA respeitante aos cidadãos iranianos”, disse o ministro Mohamad Javad Zarif numa intervenção transmitida pela televisão pública.

Na sexta-feira, Donald Trump assinou uma ordem para suspender a chegada de refugiados e impor controlos aos passageiros vindos do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano considerou a decisão “ilegal, ilógica e contrária às regras internacionais”, e acrescentou que a sua decisão vai manter-se enquanto a medida dos EUA estiver em vigor.

O governante ordenou aos serviços diplomáticos iranianos que ajudem os cidadãos do Irão que foram “impedidos de regressar às suas casas e aos seus locais de trabalho e de estudo” nos EUA.

Os agentes de viagens em Teerão disseram que as companhias aéreas estrangeiras começaram a vedar o acesso dos iranianos aos voos para os EUA.

ZAP // Lusa

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