A microgravidade e a radiação cósmica a que os astronautas estão sujeitos em viagens espaciais prolongadas podem aumentar o risco de disfunção erétil nos homens. É a conclusão de um estudo feito com ratos – sujeitos às “condições espaciais” – que indicou um aumento no stress oxidativo e estreitamento dos vasos sanguíneos associados ao problema.
Um estudo, publicado esta quarta-feira na The FASEB Journal, revelou que ir ao Espaço pode ter um impacto negativo na saúde e vida sexual dos astronautas homens.
Os investigadores, da Florida State University (EUA), examinaram os potencial risco de disfunção erétil, em quem faz viagens espaciais prolongadas, devido aos efeitos da microgravidade e da radiação cósmica.
A investigação envolveu a simulação de condições espaciais em ratos, tendo utilizado um método chamado “descarga de membros posteriores” em 43 ratos machos para simular a microgravidade, inclinando-os a um ângulo de 30 graus durante quatro semanas; enquanto outro grupo de 43 ratos viveu em condições normais.
Além disso, estes ratos foram expostos a diferentes quantidades de simulação de radiação cósmica.
Conclusão: há subidas incompatíveis
Um ano depois, os investigadores avaliaram os ratos quanto a sinais de disfunção erétil, concentrando-se principalmente nos fatores: stress oxidativo e disfunção endotelial – ambos conhecidos por estarem ligados a esta condição.
Os resultados revelaram que a exposição à radiação levou a níveis significativamente mais elevados de stress oxidativo, além de que os vasos sanguíneos no tecido erétil dos ratos encolheram substancialmente, quando comparados com aqueles que não foram expostos à radiação.
Os ratos que estiveram apenas sujeitos à microgravidade também mostraram estes fatores de risco aumentados, embora em menor extensão do que aqueles expostos apenas à radiação.
A equipa de investigação enfatiza a necessidade de monitorizar a saúde sexual dos astronautas, após o regresso à Terra.
“A principal conclusão é que, quando estes astronautas regressam à Terra, devem estar cientes do que lhes poderá acontecer e serem monitorizados quanto à saúde sexual”, observou o líder da investigação, Justin La Favor, citado pela New Scientist.