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Investigadores mediram pela primeira vez temperatura do coração das estrelas

SDO / NASA

Imagem de uma explosão solar classe X2.0 captada a 27 de outubro de 2014

Imagem de uma explosão solar classe X2.0 captada a 27 de outubro de 2014

Um grupo de investigadores da Universidade Livre de Bruxelas e da Universidade de Montpellier conseguiu, pela primeira vez, medir a temperatura do núcleo de certas estrelas e calcular a sua idade.

Em 1926, na obra «A constituição interna das estrelas», disse o astrofísico Arthur Eddington que “à primeira vista, parece que o interior do Sol e das estrelas é menos acessível do que qualquer outra região do universo. Que instrumentos poderiam atravessar as camadas exteriores de estrelas e analisar as condições dentro? “.

Quase 90 anos depois, a questão obteve resposta com o trabalho de uma equipa de seis astrofísicos do Instituto de Astronomia e Astrofísica da Faculdade de Ciências da Universidade Livre de Bruxelas e do Laboratório Universo e Partículas da Universidade de Montpellier.

A equipa de cientistas, liderada pelo astrofísico belga Bertrand Plezm, conseguiu medir pela primeira vez a temperatura do núcleo de certas estrelas bem como a sua idade.

Para estas medições foram utilizados isótopos de produtos químicos específicos, como o 99Tc e o 93Nb, que actuam como relógio e termómetro.

univ-montp2.fr

O professor de astrofísica Bertrand Plezm

O professor de astrofísica Bertrand Plezm

Os investigadores determinaram a sua abundância na superfície das estrelas, usando o espectógrafo HERMES, instalado no telescópio Mercator, de La Palma, nas Ilhas Canárias.

As temperaturas medidas pelos astrofísicos dizem respeito às camadas mais profundas das estrelas, onde se sintetizam elementos mais pesados do que o ferro.

Estes elementos, uma vez transportados para a superfície da estrela por um processo de mistura, são lançados no meio interestelar, quando a vida da estrelas chegar ao fim, regressando ao meio interestelar e às grandes nuvens que o compõem, das quais novas estrelas vão nascer.

O nosso Sol passou por esta situação há 4.500 milhões de anos atrás. Os elementos mais pesados do que o ferro usado actualmente na Terra para muitas aplicações tecnológicas seguiram o mesmo caminho.

O estudo foi publicado esta quinta-feira na revista Nature.

Ciência Hoje

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