Uma equipa de físicos teóricos, que estão a trabalhar com a Microsoft, acredita que todo o Universo é um sistema de autoaprendizagem de leis evolutivas.
Chamado de “The Autodidactic Universe” (“O Universo Autodidata”), o artigo argumenta que as leis que governam o Universo são um sistema de aprendizagem evolucionário. Assim, explica o The Next Web, o Universo é um computador e, em vez de existir num estado sólido, perpetua-se através de uma série de leis que mudam com o tempo.
Segundo os investigadores, o Universo funciona como um sistema de aprendizagem que invoca sistemas de aprendizagem de máquina. Assim como conseguimos ensinar as máquinas a realizar funções de desdobramento ao longo do tempo – ou seja, aprender -, as leis do Universo são essencialmente algoritmos que funcionam na forma de operações de aprendizagem.
Os físicos sugerem que o Universo não começou com um Big Bang, mas sim com uma simples interação entre partículas, e aludem a essa origem humilde afirmando que “as arquiteturas de informação normalmente amplificam os poderes causais de coleções bastante pequenas de partículas”.
“Uma implicação é que, se a evolução das leis é real, é provável que seja unidirecional, pois do contrário seria comum que as leis voltassem a estados anteriores, talvez até mais provável do que encontrassem um novo estado. Isso ocorre porque um novo estado não é aleatório, mas deve atender a certas restrições, enquanto o estado passado imediato já atendeu às restrições”, escreveram os investigadores.
“Um sistema reversível, mas em evolução, exploraria aleatoriamente o seu passado imediato com frequência. Quando vemos um sistema em evolução que exibe períodos de estabilidade, provavelmente evolui unidirecionalmente”, continuaram.
Esta teoria tem consequências. Segundos os cientistas, se o Universo opera através de um conjunto de leis que, embora inicialmente simples, são autodidáticas e, portanto, capazes de evoluir com o tempo, pode ser impossível para os humanos unificar a Física.
De acordo com o artigo, as regras que governam conceitos como a relatividade podem ter tido consequências operacionais funcionalmente diferentes há 13,8 mil milhões de anos do que terão daqui a 100 biliões de anos. Isto significa que a “Física” é um alvo móvel.
Parte da teoria parece indicar que o Universo é um computador que aprende, em que as leis pelas quais é atualmente restrito não foram gravadas no seu início. Assim, não podemos reverter o Universo, como um processo, porque não existe nenhum registo verificável internamente dos seus processos.
O Futurism aponta que os cientistas exploraram ideias semelhantes à investigação feita pelo físico Vitaly Vanchurin, que defendeu que o Universo é uma rede neural massiva.
Este estudo está disponível na plataforma de pré-publicação arXiv.
Esse pessoal da Microsoft só faltou dizer que o tal Universo Autodidata está rodando alguma versão do Windows… E, pela antiguidade do Universo, deve ser o Windows 95.