Investigação ao incêndio no Hospital de São João dependente da recuperação do seu autor, atualmente em estado crítico

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Hospital de Campanha no São João, Porto

Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, garantiu que todos os esforços seriam feitos para chegar à causa do incêndio “o mais rapidamente possível”.

Só depois de o doente responsável pelo incêndio que deflagrou no Centro Hospitalar de São João recuperar é que será possível à investigação atualmente em curso perceber o que realmente aconteceu, nomeadamente o que motivou as chamas no 9.º piso do edifício principal. O paciente em causa sofreu queimaduras graves, tendo ficado em estado crítico, mas numa situação estável.

Segundo o semanário Expresso, que cita Pedro Silva, coordenador de investigação criminal da Polícia Judiciária do Porto, falta determinar se o doente ateou as chamas com um cigarro ou com um isqueiro, mas também a existência de intencionalidade no ato.

“Está dependente da possibilidade do autor ficar em condição de saúde para poder falar e eventualmente confessar como o fez. Logo no dia, e antes de ser sedado para tratamento das queimaduras no corpo, apenas referiu que não se lembrava e que deu por ele envolto em chamas”, explicou o responsável.

Segundo a mesma fonte, a tese de que foi um cigarro a originar o incêndio é cada vez menos provável e, como se veio a saber, o doente em questão também não estava com oxigénio – apesar de a possibilidade do contacto com oxigénio estar em cima da mesa.

O incêndio, que começou por volta das 17h30 de domingo, vitimou um doente – internado no mesmo quarto do autor do autor do incêndio – feriu outros quatro (dois dos quais entraram em paragem cardiorrespiratória) e cinco profissionais de saúde, que receberam assistência nas urgências da unidade hospitalar. Segundo o Jornal de Notícias, os funcionários tiveram alta na própria noite.

Relativamente ao ator do incêndio, trata-se de um doente com problemas oncológicos graves, já com metásteses não passíveis de serem operadas, mas também com doença do foro psicológico.

Na segunda-feira, Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, garantiu que todos os esforços seriam feitos para dar uma resposta “o mais rapidamente possível relativamente às causas” do fogo”. “Procuramos dar uma resposta o mais rapidamente possível relativamente às causas e, havendo causas, naturalmente à autoria e à responsabilização pelos factos ocorrido no dia de ontem [domingo]”

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