Físicos australianos criaram um sistema de inteligência artificial que pode executar com pouca supervisão – e até melhorar – uma experiência complexa de Física.
A experiência executada foi a criação de um condensado Bose-Einstein, um gás ultra frio, que valeu um Prémio Nobel aos físicos Eric A. Cornell, Wolfgang Ketterle e Carl E. Wieman em 2001. Este processo envolve o uso de radiação direcionada para diminuir a velocidade de um grupo de átomos até ficarem perto da inércia, produzindo diversos efeitos interessantes.
A equipa da Universidade Nacional Australiana congelou um pouco de gás a um microkelvin (1000º abaixo de zero) sob o controlo do sistema de Inteligência Artificial.
A máquina tinha que descobrir como aplicar o laser e controlar outros parâmetros para arrefecer da melhor forma os átomos até algumas centenas de nanokelvins. A cada repetição do processo, a IA encontrava formas mais eficientes de executar o procedimento.
Um dos investigadores do projeto, Paul Wigley, descreve que a máquina fez coisas que ninguém imaginava, como mudar a intensidade do laser. “Eu não esperava que a máquina pudesse aprender a realizar a experiência em menos de uma hora. A IA pode ser capaz de encontrar soluções complicadas que os humanos não são capaz de pensar”, afirmou.
Os condensados Bose-Einstein têm propriedades estranhas, com uma sensibilidade extrema a flutuações de energia, o que os torna úteis para outras experiências. Contudo, esta sensibilidade faz com que o processo de criar e manter o condensado seja bastante difícil.
O IA monitoriza muitos parâmetros de uma só vez e pode ajustar o processo rapidamente em maneiras que os humanos não compreendem, mas que mesmo assim são efetivas.
O resultado é que os condensados são criados mais rapidamente, em melhores condições e em maiores quantidades – sem mencionar que a IA não come, dorme ou tira férias.
No entanto, como a inteligência artificial é extremamente específica no seu design, ele não pode ser aplicado em outros problemas.
As conclusões da investigação foram publicadas esta segunda-feira na Scientific Reports.
Não existe a temperatura de -1000 graus