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Insultos racistas dão jogo interrompido e adepta despedida

Patrícia Moreira / Instagram

Circulou na internet uma foto de Patrícia Moreira com um macaco de peluche vestido com a camisola do guarda-redes Aranha

Circulou na internet uma foto de Patrícia Moreira com um macaco de peluche vestido com a camisola do guarda-redes Aranha

O guarda-redes Aranha, do Santos, sofreu esta quinta-feira insultos racistas, em partida da Taça do Brasil contra o Grêmio, treinado por Luiz Felipe Scolari. Uma adepta, filmada a proferir os insultos, perdeu o emprego.

Aranha afirma ter sido chamado de “macaco” e “preto fedido”, ofensas que foram captadas pelas câmaras de televisão instaladas no estádio do Grémio de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, para filmar o jogo com o Santos.

Revoltado com os insultos recebidos, o guarda-redes chegou a interromper o jogo,

O episódio gerou reacções imediatas na internet e despoletou uma verdadeira caçada dos internautas à procura, nas redes sociais, de uma adepta do Grémio de Porto Alegre que foi apanhada em flagrante por uma das câmaras da ESPN a chamar “macaco” ao guarda-redes.

Apesar de a adepta ter rapidamente apagado os seus perfis no Facebook e Instagram, foi mesmo identificada como sendo Patrícia Moreira.

Segundo a imprensa brasileira, a adepta terá já sido despedida do emprego, no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar de Porto Alegre.

A decisão de afastar Patrícia Moreira terá partido da própria direcção do centro médico.

Não terá ajudado ao seu caso uma foto que circulou na internet, na qual a adepta leva para o jogo um macaco de peluche vestido com a camisola do guarda-redes.

Tanto o Santos, ex-equipa de Neymar e de Pelé, como o Grémio divulgaram notas de repúdio contra os actos de racismo.

A equipa de Luiz Felipe Scolari poderá mesmo ser punida com multa e desclassificação na prova.

Em episódios recentes, alguns futebolistas brasileiros foram alvo de racismo na Europa.

O caso mais mediático ocorreu em Espanha, onde um adepto atirou uma banana ao defesa Daniel Alves, do Barcelona.

Apesar de o Brasil ter uma população de negros e mestiços que representa mais da metade dos habitantes, segundo o censo mais recente, e de serem comuns as campanhas anti-racismo no futebol, feitas inclusive durante o Mundial, episódios de discriminação ainda ocorrem nos estádios.

No Rio Grande do Sul, Estado com mais de 80% da população auto-declarada branca, houve pelo menos outros três casos de racismo no futebol neste ano, sendo um deles cometido pelos adeptos do Grêmio contra um defesa do Internacional.

ZAP / Lusa

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