Ozempic é um medicamento administrado através de uma injeção que serve para tratar diabetes e obesidade, mas que potencialmente pode combater cancro, Alzheimer e Parkinson.
Ozempic e Wegovy são os nome comerciais do medicamento semaglutido. Muitos países aprovaram o Wegovy para a perda de peso em pessoas obesas ou com excesso de peso e o Ozempic para pessoas com diabetes tipo 2. Nos últimos tempos, principalmente o Ozempic, tem estado em destaque pelo seu potencial.
Influenciadores das redes sociais começaram a dar atenção ao medicamento, levando a uma quebra do seu fornecimento. O Ozempic foi o medicamento com maior aumento de despesa em 2022, representando um encargo para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) superior a 27 milhões de euros.
O semaglutido atua de várias formas, aumentando a sensação de saciedade. O medicamento afeta a secreção de insulina e glucagon, razão pela qual é tão eficaz contra a diabetes. Também reduz o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.
Um estudo recente descobriu até que o medicamento restaura a função das células imunitárias que atacam o cancro, independentemente de as pessoas terem perdido ou não peso com o tratamento.
“Estamos finalmente a chegar a um ponto em que os tratamentos médicos para a doença da obesidade estão a demonstrar que previnem as complicações da obesidade”, afirma o endocrinologista e coautor do estudo Donal O’Shea, citado pelo ScienceAlert.
O estudo contou apenas com a participação de 20 voluntários, razão pela qual retirar conclusões pode ser precipitado. Os resultados foram publicados na revista científica Obesity.
Outros estudos demonstram o potencial deste medicamento. Por exemplo, cientistas descobriram recentemente que o semaglutido pode também prevenir o declínio cognitivo, prevenindo doenças como o Alzheimer e o Parkinson.
Ensaios clínicos para avaliar a capacidade destes medicamentos para combater o declínio cognitivo já estão em curso, mas os resultados não são esperados antes de 2025, escreve o Healthline.
“Estes medicamentos são muito promissores para retardar ou prevenir o início do declínio cognitivo nas pessoas em risco de contrair a doença de Alzheimer”, disse ao site David Merrill, diretor do Pacific Neuroscience Institute’s Pacific Brain Health Center, nos Estados Unidos.
Vários cientistas entrevistados pela Reuters apontaram para a crescente investigação que apoia o teste de medicamentos para a diabetes contra doenças neurodegenerativas.
Os resultados estão a anos de distância e o sucesso é incerto. Ainda assim, a crescente pilha de evidências científicas aponta para o potencial de medicamentos como o Ozempic para tratar não só a obesidade em pacientes com diabetes tipo 2, mas também para prevenir outras doenças.