Investigadores descobriram moléculas orgânicas em formações rochosas super antigas na Austrália, revelando o que dizem ser a primeira evidência detalhada dos primeiros ingredientes químicos que poderiam ter sustentado as formas de vida microbianas primitivas da Terra.
De acordo com o site Science Alert, a descoberta feita na Formação Dresser, formação rochosa na Austrália que tem 3,5 mil milhões de anos, junta-se a um conjunto significativo de pesquisas que apontam para vida antiga nesta parte do mundo.
No novo estudo, investigadores identificaram traços de uma química específica que poderiam ter permitido a existência de tais organismos primordiais, tendo encontrado moléculas orgânicas biologicamente relevantes contidas em depósitos de barita.
Utilizando várias técnicas para analisar as amostras deste mineral, a equipa descobriu aquilo que descreve como uma “diversidade intrigante de moléculas orgânicas com relevância metabólica conhecida ou inferida”, entre as quais estavam compostos orgânicos como ácido etanóico e metanotiol, mas também inúmeros gases, incluindo sulfeto de hidrogénio, que poderiam ter origem biótica ou abiótica.
Embora possa ser impossível ter a certeza das ligações exatas, a proximidade destas inclusões dentro da barita e os agregados orgânicos adjacentes, chamados estromatólitos, sugerem que as substâncias químicas antigas, uma vez carregadas dentro dos fluidos hidrotermais, podem ter afetado as comunidades microbianas primitivas.
Além destas que podem ter agido como nutrientes ou substratos, outros compostos encontrados dentro das inclusões podem ter servido como “blocos de construção” para várias reações químicas baseadas em carbono – processos que poderiam ter iniciado o metabolismo microbiano, produzindo fontes de energia, como lípidos, que podem ser decompostos por formas de vida.
“Por outras palavras, ingredientes essenciais do chamado methyl thioacetate, um agente crítico proposto na criação da vida, estavam disponíveis nos ambientes da Formação Dresser”, explica a equipa no estudo publicado, a 17 de fevereiro, na revista científica Nature Communications.