Incêndio em Sever do Vouga afeta habitações. Até às 23h59 de terça-feira, Portugal continental está em situação de alerta.
Várias habitações estão a arder em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, devido ao incêndio que começou no concelho vizinho de Sever do Vouga, informou fonte da autarquia.
“Neste momento já temos casas a arder. Temos na Cruzinha a arder uma casa e outra na vila das Laranjeiras. São casas de primeira habitação”, disse hoje Lusa o presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, António Loureiro.
O autarca referiu ainda que as autoridades já procederam à evacuação do bairro Brandão Gomes e foi também pedido para evacuar o lugar da Cruzinha.
A Câmara decidiu ainda que nesta segunda-feira não iria haver aulas, tendo sido marcado um ponto de encontro para a população junto ao cinema no centro de Albergaria, referiu António Loureiro.
“Neste momento temos o fogo com várias projeções por todo o concelho. Não temos meios. Neste momento, um dos grandes dramas é a falta de meios”, disse o autarca, adiantando que os meios aéreos ainda não estão ativos.
Os incêndios que lavram no distrito de Aveiro estão a motivar cortes nas autoestradas A1, A25 e A29, estando a GNR a apelar para que os automobilistas não circulem nas zonas dos fogos.
Albergaria, há 20m na A1.Triste quando provocar fogos faz parte de uma tradição de Verão, tipo Romaria. pic.twitter.com/EgWodJZx8X
— Barbarola (@Barbarola2) September 16, 2024
Mais tarde, a GNR atualizou: o corte de circulação na autoestrada A1 é agora total entre Coimbra Norte e Grijó (Gaia), no nó da A41, e na A17, entre o nó de Mira norte e Aveiro.
A linha do Norte está cortada à circulação ferroviária nos dois sentidos em Cacia na sequência dos incêndios que lavram no distrito de Aveiro, revelou à Lusa fonte da CP.
Pelas 08:50, segundo a informação disponível no ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam a combater este incêndio que deflagrou na tarde de domingo 168 operacionais, apoiados por 57 viaturas.
Uma grande nuvem de fumo cobria a cidade de Aveiro ao início da manhã.
Alerta nacional
Mais de 100 concelhos estão nesta segunda-feira em perigo máximo de incêndio devido ao tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que colocou oito distritos do continente sob aviso amarelo.
O Governo declarou Situação de Alerta para todo o território do continente a partir das 13:00 de domingo e até às 23:59 de terça-feira com medidas excecionais devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.
Num comunicado, vários ministérios salientam que serão desenvolvidas diversas medidas de caráter excecional, como a proibição do acesso, circulação e permanência no interior de determinados espaços florestais, proibição da realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração, e proibição de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).
Estão proibidos também trabalhos rurais com recurso a motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.
O uso de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos também estão proibidos neste período, incluindo os que já tinham autorizações emitidas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) já iniciou a emissão de avisos à população, através de SMS, sobre o perigo de incêndio rural.
Segundo o Governo, estão fora das proibições trabalhos para alimentação e abeberamento de animais, tratamento fitossanitário e fertilização, regas, podas, colheitas de culturas agrícolas desde que “sejam de caráter essencial e inadiável e se desenvolvam em zonas de regadio ou desprovidas de florestas, matas ou materiais inflamáveis, e das quais não decorra perigo de ignição”.
Também é permitido fazer extração de cortiça por métodos manuais e de mel, desde que realizada “sem recurso a métodos de fumigação obtidos por material incandescente ou gerador de temperatura”.
De fora das proibições estão ainda trabalhos de construção civil inadiáveis, desde que sejam adotadas medidas de mitigação de risco de incêndios rurais.
A colheita de culturas agrícolas com a utilização de máquinas, nomeadamente ceifeiras debulhadoras, e a realização de operações de exploração florestal serão permitidas entre o pôr-do-sol e as 11:00, “desde que sejam adotadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural e comunicada a sua realização ao Serviço Municipal de Proteção Civil territorialmente competente”.
Foi elevado o grau de prontidão e resposta operacional por parte da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Polícia de Segurança Pública (PSP), com reforço de meios para operações de vigilância, fiscalização, patrulhamentos e de apoio geral às operações de proteção e socorro que possam vir a ser desencadeadas.
Também foi elevado o grau de prontidão das entidades competentes das áreas da saúde e da segurança social e as Forças Armadas irão disponibilizar meios aéreos em caso de necessidade, acrescentou o Governo.
Em permanência estarão mobilizadas as equipas de Sapadores Florestais afetas ao dispositivo de combate e as do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
A Declaração de Situação de Alerta foi decretada pelos ministros da Administração Interna, da Defesa Nacional, da Saúde, das Infraestruturas e Habitação, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, do Ambiente e Energia e da Agricultura e Pescas.
A declaração decorre da elevação do estado de alerta especial do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) e da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de reação face ao risco de incêndio Elevado, Muito Elevado e Máximo, previsto pelo Instituto do Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em grande parte do território continental.
O IPMA prevê até quarta-feira um agravamento significativo do perigo de incêndio rural no continente, devido a condições meteorológicas adversas, como vento forte e temperaturas elevadas.
ZAP // Lusa
É curioso, durante do Estado Novo e até ao final do Século XX sempre houve «…condições meteorológicas adversas, como o vento forte e as temperaturas elevadas…», e praticamente não havia incêndios, principalmente durante o Estado Novo.
Sobre os incêndios em Portugal recomenda-se a leitura do artigo de Daniel Toledo: «O Cartel do Fogo – Queimando dinheiro público em Portugal e Espanha» (https://puntocritico.com/ausajpuntocritico/2017/10/19/el-cartel-del-fuego-por-daniel-toledo/) onde o autor aponta os nomes de Ricardo Dias (ex-presidente da Everjets), Domingos Névoa (empresário), Miguel Macedo (ex-Ministro da Administração Interna), Jaime Gomes (empresário), Jorge Gomes (ex-Ministro da Administração Interna), Nuno Pinto Coelho de Faria (advogado), Pedro Silveira (Heliportugal), José Teixeira (Coronel da Guarda Nacional Republicana), Carlos Craveiro (Agro-Montiar), Francisco Grave Pereira (Major-General, Autoridade Nacional de Protecção Civil), Luís Marques Mendes (ex-Ministro), António Figueiredo (ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), Filipe Lobo d’Ávila (Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola).
Ontem andei por terras espanholas e não vi um único incêndio. Assim que me aproximei da fronteira começou a pouca vergonha, incêndios por todo o lado. Não dá para entender. Estamos num país de bananas e de bandidos.
É mesmo… temos incêndios em todo o lado. Há bandidos que deixaram de estar de férias e voltaram ao trabalho (de bandidos).
Um dos incêndios próximo de Penalva do Castelo teve o seu início esta noite por volta da meia-noite… Expliquem-me lá como é que isto acontece naturalmente,sff!
P0rcarria de incendiários! aís a saque de interesses políticos e de grandes grupos!
Os diversos Noticiários, relatam o estado lamentável en que se encontra Portugal . A praga de Incêndios propagados en todo o Território Nacional , são comentados por vários Intervenientes como consequências de altas temperaturas , de ventos fortes , de mato excessivo de baixa humidade , ignições noturnas inexplicáveis e mais algumas outras razões . O que me admira , é a pouca ou inexistente referencia e investigação a criminosos Pirómanos e consequências Penais para os mesmos . Como bem referiu , un Responsável de combate a Incêndios , sem ignição direta por mão Humana , não haveria propagação de Incêndios desta natureza zona após zona . O Negócio do Fogo é uma realidade , por muito que queiram culpar as Alterações Climáticas que nestes casos , tem as costas largas !
Anda André ventura precisamos de ti para mudar leis, como prisão perpétua pois isto é considerado TERRORISMO, é contra o nosso país, e não um ato isolado.
O que me deixa ainda mais parvo é ver na tv os bombeiros a apagar fogo nos patios das casas..agoea vou pagar as casas porque sou contribuinte.. A minha casa é de pedra e mesmo assim rocei em volta .. antes do verão, claro