Um incêndio florestal que devastou parte da Ilha de Páscoa queimou algumas das suas famosas esculturas gigantes. O fogo, que varreu o parque nacional Rapa Nui, a 3.500 km da costa oeste do Chile, causou danos “irreparáveis” ao sítio arqueológico.
“Mais de 100 hectares foram afetados no setor Rano Raraku, que inclui o setor pantanoso e moai”, disse o parque nacional em comunicado no Facebook.
O parque Rapa Nui tem mais de mil estátuas de pedra – cabeças gigantes que se acredita terem sido esculpidas no século XIII pelos habitantes originais da ilha.
Carolina Perez, subsecretária de património cultural, disse que a ilha foi devastada pelas chamas desde segunda-feira. A área ao redor do vulcão Rano Raraku, património mundial da Unesco, terá sido a mais afetada.
Para além das estátuas, situava-se no território mais afectado uma pedreira que se acredita ter sido usada para extrair as pedras das estátuas originais.
Ariki Tepano, diretor da comunidade Ma’u Henua responsável pela gestão e manutenção do parque, descreveu os danos como “irreparáveis”. “Os moais estão totalmente carbonizados”, indicou, citado pela agência AFP.
Também o autarca da Ilha de Páscoa, Pedro Edmunds Paoa, acredita que o incêndio “não foi um acidente”, dizendo à emissora local Radio Pauta que “todos os incêndios em Rapa Nui são causados por seres humanos”. “Os danos causados pelo incêndio não podem ser desfeitos”, acrescentou.
Os responsáveis do parque afirmam que a “escassez de voluntários” prejudicou a capacidade de controlar o fogo. Os danos totais ainda não foram avaliados.
A ilha reabriu portas aos visitantes no início de agosto, depois de ter estado dois anos fechada devido à pandemia de covid-19. Antes da pandemia, a ilha recebia 160.000 turistas por ano, contando com dois voos diários.