Análise sugere diferentes indicadores que podem contribuir para a precisão do diagnóstico de hipertensão. Mais de 500 cientistas participaram.
De que forma o Índice de Massa Corporal (IMC) e o Rácio Cintura/Estatura (WHtR) podem ajudar a distinguir pessoas com ou sem diagnóstico de hipertensão?
Esta foi a pergunta que originou um estudo internacional, que envolveu mais de 500 cientistas.
Neste estudo, foram recolhidos dados de 837 estudos epidemiológicos realizados desde 1990, envolvendo 7,5 milhões de adultos de 181 países, todos entre os 20 e os 64 anos.
A análise mostra que os dois indicadores – IMC e WHtR – podem ajudar a diferenciar pessoas com ou sem diagnóstico de hipertensão, alertando, no entanto, para as diferenças existentes em diferentes regiões do mundo na análise deste problema de saúde.
O IMC é uma medida que usa informações do peso e da altura, em função da idade, e que pode ajudar a identificar problemas relacionados com a desnutrição e/ou obesidade.
O WHtR utiliza informações sobre o perímetro da cintura e estatura para analisar a distribuição de gordura e, consequentemente, o potencial risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
O IMC pode ser usado como um indicador com precisão moderada a elevada para a diferenciação de pessoas adultas jovens e de meia-idade, com maiores e menores quantidades de adiposidade abdominal.
Mas três dos investigadores, que são da Universidade de Coimbra, avisam que “para o mesmo valor de IMC, as pessoas do Sul da Ásia, da América Latina e das Caraíbas, bem como da região da Ásia Central, Médio Oriente e do Norte de África, apresentam valores do rácio cintura/estatura mais elevados comparativamente às outras regiões do globo”.
Em comunicado, lê-se que estas conclusões podem “justificar valores de corte diferenciados de rastreio se, ao nível dos cuidados de saúde primários, forem considerados limites específicos de adiposidade abdominal em função do sexo e da região geográfica”.