Idoso detido a atear fogo ao Parque Natural Sintra-Cascais

Hugo Delgado / Lusa

A GNR deteve este sábado um homem de 78 anos na altura em que ateava um fogo no Parque Natural Sintra-Cascais, indica a Guarda Nacional República em comunicado.

Segundo nota da GNR, os militares do Núcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Sintra detetaram um homem na localidade da Atalaia a fugir do mato onde se iniciava mais um incêndio florestal.

Após a detenção, adianta a GNR, “o idoso confirmou a autoria do crime de incêndio, acrescentando que já era a quinta vez que tentava colocar fogo naquela zona do parque natural”, tendo sido encontradas provas do crime no seu veículo.

O suspeito cometeu ainda mais um crime de corrupção ativa na forma tentada, ao tentar “oferecer 230 euros em dinheiro aos elementos da GNR para o libertar”. O detido será presente a tribunal na segunda-feira para primeiro interrogatório judicial.

Mais de metade dos detidos são libertados

Em 2017 foram já detidas 91 pessoas por fogo posto – um número recorde, salienta a Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, dos quais apenas 28 em prisão preventiva. Em 2016, foram detidas 89 pessoas por fogo posto.

Desde 2010 até ao dia 9 e Agosto tinham sido detidos 352 suspeitos de fogo posto. Destes, 40% ficaram em prisão preventiva, ou seja, mais de metade fica em liberdade. Os números foram avançados pelo JN, que cita fonte oficial da Polícia Judiciária.

Os números são conhecidos depois de na Madeira o suspeito de ter ateado o fogo que matou três pessoas, destruiu casas, e desalojou mais de mil pessoas, além dos muitos hectares que devastou ter ficado em prisão preventiva. Este mesmo homem já tinha sido detido pelo mesmo crime em 2011.

Em Braga, o suspeito do fogo que assolou a zona do Sameiro ficou em liberdade. O homem de 34 anos foi condenado a uma pena suspensa em Abril pelo mesmo crime. A decisão do juiz caiu mal entre os investigadores da PJ e os populares, devido à reincidência.

Em entrevista ao jornal Expresso, no início do mês, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, deixou uma crítica ao poder judicial, dizendo que o problema não está na lei, cuja moldura penal já permite a aplicação da prisão preventiva, mas sim numa “aplicação mais efectiva do quadro penal em vigor“.

Na passada terça-feira, o secretário de Estado acrescentou que os fogos que começam à noite e em “lugares estratégicos e cirúrgicos não podem ser de mão bondosa”.

ZAP // Lusa

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