Identificados menores que ameaçaram escolas com massacres

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Foi apenas uma “brincadeira de mau gosto” que levou a PSP a reforçar a vigilância nas escolas depois de ameaças de “massacres” que surgiram nas redes sociais. A Polícia Judiciária (PJ) identificou cinco menores que não teriam reais intenções de cometer quaisquer ataques.

São cinco adolescentes, com idades entre os 14 e os 16 anos, que foram identificados pela PJ em Odivelas, Vila Nova de Gaia, Leiria e Aveiro, como os autores das ameaças, nas redes sociais, sobre potenciais ataques a escolas.

Os jovens já foram sinalizados junto das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens e dos Tribunais de Família e Menores depois de terem assumido a autoria das publicações.

A PJ refere que não têm noção da dimensão e do impacto que as suas acções tomaram. Além disso, reforça que não foram recolhidos quaisquer indícios da radicalização ou extremismo destes jovens.

“Não passou de uma brincadeira de mau gosto tal como (os casos dos) alunos que para não irem aos exames comunicavam alertas de bomba. É uma coisa parecida”, explica o director nacional da PSP, Manuel Magina da Silva.

E também um exemplo do “mau uso das redes sociais”, salienta Magina da Silva.

Contudo, a PSP ficou em alerta com a situação pelo facto de a tragédia de Columbine se assinalar nesta quinta-feira. Nesse ataque a uma escola norte-americana, dois alunos mataram 12 colegas e um professor num ataque com armas de fogo.

Além disso, temia-se que pudessem surgir situações “a reboque de acontecimentos que se têm sucedido em alguns países, nomeadamente no Brasil“, como explica ainda Magina da Silva à TSF.

“Problemas psicológicos e famílias complicadas”

Alguns dos jovens identificados têm “problemas psicológicos” e “famílias complicadas”, como revela o coordenador da Unidade Nacional Contra Terrorismo da PJ, Alves da Cunha, à agência Lusa.

As ameaças de ataques a escolas começaram na semana passada e preocuparam a PJ, porque continham fotos de armas e foram rapidamente partilhadas milhares de vezes.

“Durante a investigação constatou-se que eram fotos retiradas da Internet, o que só por si esvazia bastante o grau de ameaça”, nota Alves da Cunha.

A Judiciária recorreu a diligências de cooperação policial internacional e ao Instagram, onde foram publicadas as primeiras mensagens, e a partir daí foi possível localizar o primeiro autor, um jovem de 14 anos de Odivelas que foi interrogado, tal como a mãe.

“Esta primeira ameaça criou um enorme alarme social e daí estar em causa o crime de ameaça contra a paz pública“, refere Alves da Cunha. Este processo já está no Ministério Público do Tribunal de Família e Menores e na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Odivelas.

Publicações no Tik Tok

Nos últimos dias, foram comunicadas situações semelhantes em vários pontos do país, algumas referenciadas pela PSP, encontrando-se todos os casos reportados em investigação pela PJ.

Estas situações terão ocorrido na sequência de publicações na rede social Tik Tok, com origem no estrangeiro, onde é feita alusão ao massacre de Columbine. Mas não foram recolhidos indícios de que os jovens identificados pretendessem-se materializar as ameaças.

A partilha das mensagens nas redes sociais gerou algum alarme nos estabelecimentos de ensino, junto de pais e professores.

A PJ acredita que estamos perante casos de mimetização de um fenómeno que está a ocorrer em várias partes do globo.

Entretanto, a PSP continua a monitorizar a situação e está sempre presente nas escolas através do programa Escola Segura.