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Afinal, os humanos podem mesmo sobreviver a uma viagem espacial através de um wormhole

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Os humanos podem mesmo ser capazes de sobreviver à viagem sónica pelo Espaço através de um wormhole, um atalho hipotético através do espaço e do tempo.

Os fenómenos hipotéticos enfrentam questões teóricas – neste caso, o colapso gravitacional. Em termos práticos, se os wormholes existissem, a matéria convencional taparia o buraco do gargalo, bloqueando o trânsito de uma abertura para outra.

Alguns teóricos admitem, no entanto, que a matéria exótica pode ser usada para abrir essas “portas cósmicas”.

Jose Blázquez-Salcedo, da Complutense University of Madrid, em Espanha, acredita que é possível fazê-lo sem recorrer a matéria exótica.

De acordo com o Interesting Engineering, a equipa concebe a matéria como composta de fermiões. Se pudermos alterar a carga e a massa dos fermiões, poderemos então criar um wormhole “percorrível”, explicou Blázquez-Salcedo num novo artigo científico, publicado na Physical Review Letters.

No entanto, tal só funcionaria se a razão entre a carga total de fermiões e a massa total de tudo o que existe no interior do wormhole fosse maior do que o limite prático determinado pelos buracos negros.

Apesar de este modelo estar teoricamente bem construído, há um problema: o objeto de trabalho da equipa são wormholes microscópicos – e naturalmente inexequíveis para experiências com seres humanos.

Juan Maldecena, do Institute for Advanced Study, e Alexey Milekhin, da Princeton University, podem ter encontrado a solução. Esta equipa apresenta um modelo de wormhole suficientemente grande para que seres humanos desfrutem dele.

De acordo com os investigadores, que publicaram o estudo recentemente na Physical Review D, o wormhole forma-se no espaço-tempo de cinco dimensões, conhecido como modelo Randall-Sundrum. Estes wormholes seriam parecidos com buracos negros de massa intermediária (maiores do que os buracos negros estelares).

A força máxima de aceleração não ultrapassaria 20g (ou 20 vezes a gravidade normal da Terra ao nível do mar). O corajoso capaz de se aventurar nesta viagem cósmica iria percorrer a nossa galáxia inteira em apenas um segundo – uma viagem que, de outra forma, demoraria milhares de anos até ser completada.

Liliana Malainho, ZAP //

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