Se os humanos se extinguissem poderia uma espécie semelhante evoluir?

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NASA

O desenvolvimento da tecnologia e as armas nucleares e químicas podem representar ameaças reais para os humanos. Mas se o Homo sapiens fosse extinto, poderiam outras espécies evoluir a ponto de se tornarem tecnologicamente capazes e construir uma civilização no nosso lugar?

Segundo a Wired, o fim do Homo sapiens não seria somente uma perda inimaginável da nossa perspetiva: mudaria a história do universo.

Foram necessários 200 milhões de anos para que os humanos evoluíssem dos primeiros mamíferos. O último antepassado comum dos humanos e dos chimpanzés estava vivo há apenas oito milhões de anos, restando ainda centenas de milhões de anos até que o Sol torne a Terra inabitável.

Se o Homo sapiens se extinguisse e os chimpanzés sobrevivessem, uma espécie tecnologicamente capaz deveria evoluir em oito milhões de anos. Mas a verdade é que nãos sabemos quão improváveis foram as grandes transições evolutivas.

Segundo o Wired, o paradoxo de Fermi determina que embora existam centenas de milhões de planetas rochosos habitáveis na galáxia, e apesar de a nossa galáxia ter 13,5 mil milhões de anos, não foram detetadas evidências de vida extraterrestre. Se a galáxia é tão vasta e antiga, porque não está repleta de alienígenas?

As respostas são várias. Talvez planetas propícios à vida sejam extremamente raros ou, então, certos passos no caminho desde a formação da Terra, há 4,5 mil milhões de anos, até à evolução do Homo sapiens tenham sido incomuns – a criação dos primeiros replicadores de matéria inorgânica, a evolução de células simples em células complexas, a evolução da reprodução sexual e do Homo sapiens.

Dessa forma, e como indicou William MacAskill no texto do Wired, uma vez que temos consciência sobre a improbabilidade das transições evolutivas, não é tão surpreendente que o universo esteja vazio, apesar de ser tão vasto.

Nessa perspetiva, a nossa história evolucionária envolveu alguma sorte. O que não sabemos, contudo, é em que momento da nossa linha temporal essa sorte ocorreu.

Também há outra perspetiva: a evolução da nossa espécie pode ter sido muito afortunada. Afinal, nos quatro mil milhões de anos da nossa história, essa evolução ocorreu apenas uma vez. Até onde sabemos, o passo evolutivo para uma espécie como a nossa pode ter sido muito improvável de ocorrer.

Assim, não podemos estar confiantes de que, se a civilização humana acabasse, outras espécies tecnologicamente capazes acabariam por tomar o nosso lugar.

Durante 13 mil milhões de anos, o universo conhecido não teve vida. Isso mudou há cerca de 500 milhões de anos e as primeiras criaturas conscientes evoluíram. Mas essas criaturas não estavam conscientes de estar conscientes; não sabiam o seu lugar no universo e não podiam começar a compreendê-lo.

E então, há apenas alguns milhares de anos, desenvolvemos a escrita e a matemática e começámos a inquirir sobre a realidade.

Agora e nos próximos séculos enfrentamos ameaças que nos podem eliminar. A auto-compreensão do universo pode perder-se permanentemente e, dentro de algumas centenas de milhões de anos, a consciência que cintilou durante algum tempo extinguir-se-ia para sempre.

Caso isso se concretize, conclui a Wired, o universo poderá regressar eternamente ao estado que ocupava durante grande parte dos seus primeiros nove mil milhões de anos: frio, vazio, morto.

ZAP //

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3 Comments

  1. Só o planeta terra já produziu 2 espécies humanoides com tendência/capacidade tecnológica.
    Nós, Homo sapiens, sapiens e Homo sapiens, neanderthalensis.
    Mas, só uma existe agora. (demos cabo dos outros)
    Não creio que iremos desaparecer assim muito facilmente. O que não presta nunca morre

  2. Animais, plantas e humanos, somos iguais. Para mim sim, é possivel outros seres vivos continuem depois de nos extinguir mos. Não temos nem podemos insultar a inteligência dos outros seres vivos.

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