Hugo Boss pode trocar Itália por Portugal para produzir calçado

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O grupo alemão Hugo Boss anunciou o encerramento da fábrica de calçado em Scandicci, nos arredores de Florença, em Itália, e pode transferir a produção para Portugal.

O encerramento da fábrica de calçado da Hugo Boss em Scandicci já foi confirmado pelos media italianos. E o jornal da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) avança que a transferência da produção para Portugal “é real, numa perspetiva de manter a proximidade de fornecimento em relação aos mercados europeus”.

“Muitas marcas perceberam o perigo da sua dependência excessiva de mercados longínquos e sem mecanismos de protecção e escolhem Portugal, porque é uma referência ao nível da produção de calçado de excelência, porque é internacionalmente conhecido como um parceiro fiável de negócios e porque, além disso, tem uma capacidade de resposta muito boa, designadamente nos segmentos de maior valor acrescentando, bem como na área da sustentabilidade”, explica ao Dinheiro Vivo o director de comunicação da APICCAPS, Paulo Gonçalves.

“Portugal é um parceiro que cumpre todos os requisitos do ponto de vista da responsabilidade social e das normas ambientais e, como tal, é um parceiro de negócios muito requisitado“, acrescenta o responsável da associação.

Numa altura em que há falta de mão de obra em vários sectores da economia, incluindo na indústria do calçado, Paulo Gonçalves nota que “o problema não é só nosso”.

“Estima-se que a indústria da moda europeia vá necessitar, na próxima década, de 500 mil pessoas“, aponta, realçando que é “um fenómeno transversal”.

Na China, por exemplo, “há um movimento bastante acentuado de empresas chinesas que estão a migrar do litoral para o interior do país, precisamente porque começam a sentir uma escassez de mão de obra”, refere ainda Paulo Gonçalves. E esse pode também ser o caminho para as fábricas de calçado nacionais.

O que é essencial é que a indústria portuguesa “encontre respostas à altura do desafio”, “não só com acções de sensibilização junto dos mais jovens, numa perspectiva de médio prazo, mas, também, procurando requalificar trabalhadores e, eventualmente, integrar imigrantes, se necessário for”, refere o director de comunicação da APICCAPS.

ZAP //

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4 Comments

  1. As empresas europeias tem é que fechar as fabricas na China, etc e trazer a produção para dentro da Europa (para criar emprego e riqueza e diminuir a dependência externa – além de deixar de contribuir para ditaduras manhosas); não as que já estão na Europa!!

    • Se isso acontecer dessa forma, os europeus, e, especialmente os portugueses, não vão ter dinheiro para comprar os produtos. Já não falando destes custos extras que se avizinham…

      • Como não, se criariam riqueza e empregos na UE; em vez de entregarmos milhares de milhões mensalmente à China (etc)??!
        O custo não é só compra… comprar mais barato nem sempre é “mais barato”!
        Empresas e empregos na Europa contribuem para a economia europeia; não para a chinesa (etc).

        Os “custos extra” acontecem precisamente por termos lideres como a Merkel que optaram pelo “mais barato”, não se importando em vender interesses estratégicos europeus (portos, etc, etc) a ditaduras como a chinesa, nem de depender da energia russa – agora está aí a factura por se optar pelo “mais barato” (e de se olhar apenas a curto prazo)!

        A China chegou a 2ª economia mundial graças principalmente a dinheiro que saiu da Europa (e dos EUA) – esse dinheiro teria ficado na Europa e, em vez de andar a criar milionários chineses todos os meses, melhoraria a qualidade de vida dos europeus.
        Isto além de estarmos a contribuir para, em menos de uma década, termos mais uma “Rússia” com forças armadas fortes a ameaçar o resto do mundo – já o fazem, ainda que timidamente!

        Além da “fuga de capitais”, do enriquecer países/ditadores manhosos (que mais tarde podem ser uma ameaça para o mundo ocidental), há o transporte, a poluição, etc, etc – tudo isso são custos indirectos (mas que são pagos pelos europeus!) e, seriam mais “baratos” com a produção local.

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