Homo erectus de Gongwangling pode ter sido o habitante mais antigo da China

Tim Evanson / Wikimedia

Um modelo do rosto do Homo erectus

Restos do maxilar e cinco dentes de um homo erectus com pouco mais de 1,6 milhões de anos podem pertencer a um dos primeiros humanos da China.

Num novo estudo, publicado a 7 de junho no Journal of Human Evolution, uma equipa internacional utilizou micro-CT, morfometria geométrica e técnicas de morfologia clássica para investigar estas evidências.

Foram encontrados restos do maxilar e cinco dentes no sítio chinês de Gongwangling, possivelmente o fóssil humano mais antigo da China, segundo a Europapress.

O local encontra-se nas vastas planícies das encostas a norte das Montanhas Quinling (província de Shaanxi, China central) e foi descoberto em 1963 pelo cientista Woo Ju-Kang. A antiguidade do local foi reavaliada em 2015 através de estudos de paleomagnetismo da região.

Segundo os resultados do estudo, existem semelhanças entre os dentes de Gongwangling e os de outros sítios chineses mais recentes: Meipu e Boca do Rio Quyuan; mas também alguma variabilidade, sugerindo uma certa diversidade de populações de Homo erectus que colonizaram a Ásia durante o Pleistoceno.

Restos do maxilar e cinco dentes encontrados em Gongwangling.

 

Este estudo é importante, devido à escassez de informação sobre a colonização precoce da Ásia. O sítio de Dmanisi (República da Geórgia) tem evidências cruciais para a compreensão dos primeiros colonos da Ásia, que chegaram de África há cerca de dois milhões de anos.

Mas falta muita informação para ligar Dmanisi às populações Homo erectus clássicas da China (Hexiano, Yiyuan, Xichuan ou Zhoukoudian), que viveram nesta grande massa terrestre entre 400.000 e 800.000 anos atrás.

“O sítio Gongwangling preenche este enorme período de tempo e sugere que a Ásia pode ter sido povoada por sucessivas populações da espécie Homo erectus em momentos diferentes durante o Pleistoceno”, explica José María Bermúdez de Castro, coordenador do Programa de Paleobiologia do CENIEH, em declarações.

O crânio de Gongwangling tem todas as características descritas no Homo erectus, mas está incompleto. No entanto, a reconstrução mostra como este osso se transforma para formar a base do crânio.

Alice Carqueja, ZAP //

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