Após a ministra das Relações Externas holandesa, Sigrid Kaag, renunciar devido ao desastre da evacuação do Afeganistão, esta sexta-feira foi a vez da ministra da Defesa, Ank Bijleveld.
Segundo relatou o Guardian, acredita-se que os ministros holandeses sejam os primeiros responsáveis ocidentais a renunciar devido ao caos que se seguiu à tomada de Cabul pelos Talibãs. Kaag renunciou na quinta-feira e Bijleveld, que inicialmente se recusou a renunciar, cedeu esta sexta-feira.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, declarou que a renúncia de Bijleveld é “extremamente lamentável”, mas que respeita a decisão.
A Holanda evacuou mais de 1.500 pessoas, incluindo cidadãos holandeses e afegãos, nos dias que antecederam a saída das tropas norte-americanas do Afeganistão, a 31 de agosto. Contudo, muitos afegãos ficaram para trás, incluindo 22 intérpretes, apesar dos apelos de parlamentares e diplomatas em Cabul.
Kaag defendeu a sua forma de lidar com a crise, mas admitiu que o governo tinha alguns “pontos cegos” sobre a situação. Num debate na terça-feira, legisladores holandeses de todo o espetro político acusaram Kaag, Bijleveld e o governo de “lentidão e imprecisão”.
No Reino Unido, Dominic Raab, transferido para ministro da Justiça, se recusou a renunciar, apesar de estar de férias numa ilha grega no momento em que o governo britânico lutava para evacuar cidadãos britânicos e funcionários afegãos em face dos avanços do Talibãs, em agosto.
Em Portugal, também deviam rolar cabeças.
Alguns pobres afegãos que connosco tinham colaborado ficaram para trás bem como as suas famílias. Entretanto, o MNE esteve de férias descansado. Entendeu que não havia necessidade de as interromper…