J. Olmsted (STScI)/NASA/ESA

Ilustração artística de Hipocampo a orbitar o gigante Neptuno
A lua mais pequena de Neptuno, apelidade de Hipocampo, parece ser um fragmento da segunda maior lua do planeta, a Proteu, sugerem astrónomos num estudo esta quinta-feira divulgado pela Agência Espacial Europeia (ESA).
Os astrónomos chegaram a esta conclusão a partir de observações com o telescópio espacial Hubble, operado pela ESA e pela agência espacial norte-americana NASA, e de dados mais antigos da sonda Voyager 2, que se aproximou de Neptuno em 1989.
Segundo o estudo, citado hoje em comunicado, a lua Hipocampo terá resultado da fragmentação da lua Proteu quando foi atingida por um cometa há mil milhões de anos, formando uma cratera na sua superfície.
“Em 1989, pensávamos que a cratera era o fim da história. Com o Hubble, sabemos agora que um pequeno pedaço de Proteu ficou para trás e que é Hipocampo”, afirmou, citado no comunicado da ESA/Hubble, o coordenador da equipa de astrónomos, Mark Showalter, do Instituto norte-americano SETI, que foi fundado pelo cosmólogo e divulgador de ciência Carl Sagan (1934-1996).
A lua Hipocampo, que terá cerca de 34 quilómetros de diâmetro, foi descoberta em 2013 e a sua órbita está muito próxima da de Proteu, lua que, de acordo com os astrónomos, teve origem num cataclismo envolvendo os satélites naturais de Neptuno, um dos ‘gigantes’ gasosos e o último planeta do Sistema Solar.
“O Hipocampo é um ponto não resolvido nas imagens do [telescópio] Hubble. Como tal, não conseguimos saber mais nada além de determinar a sua órbita e saber qual a quantidade de luz que reflete”, descreveu ao jornal Público Mark Showalter. “Supomos ainda que a sua superfície tenha a mesma cor (cinzento muito escuro) de outras luas próximas”, avançou.
Há mil milhões de anos, Neptuno capturou um corpo enorme da cintura de Kuiper, que, defendem os especialistas, corresponde à maior lua do planeta, Tritão.
Os resultados foram esta quinta-feira publicados na revista especializada Nature.
ZAP // Lusa