Hell Angels. Detido belga no Algarve

Um homem de nacionalidade belga associado à organização “Hells Angels Motorcycle Club” foi detido no Algarve, informaram a Polícia Judiciária (PJ) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) em comunicado de imprensa.

A PJ e a PGR indicaram que em causa estão crimes de associação criminosa, tentativa de homicídio, roubo, ofensas à integridade física graves, ofensas à integridade física qualificadas e posse de armas proibidas.

A detenção foi feita no âmbito de inquérito dirigido pelo Ministério Público, com investigação realizada pela Polícia Judiciária, tendo por objeto factos cometidos por elementos da organização “Hells Angels Motorcycle Club”, na sequência de buscas feitas na segunda-feira.

O processo tem 89 arguidos constituídos, dos quais 43 estão sujeitos a medidas de privação da liberdade.

A “criminalidade especialmente violenta e altamente organizada”, e as suspeitas de prática de crimes que vão desde a tentativa de homicídio, roubo, ofensa à integridade física, danos, associação criminosa, estão entre as motivações para uma operação que teve início em julho de 2018, e deteve 60 pessoas. Dos detidos em 2018, 38 continuam em prisão preventiva. “Foi uma machadada na organização do grupo”, admitiu na altura a diretora da UNCT, Manuela Santos.

Vigiados pela PJ e pelo Serviço de Informações de Segurança (SIS) há vários anos, acabou por ser um ataque dos Hells Angels a elementos de um grupo rival – Os Bandidos – cuja liderança estava a ser pretendida pelo ex-líder dos skinheads, Mário Machado, a desencadear todas as detenções.

Esta investigação ganhou forma a partir de 2016, quando os investigadores da UNCT começaram a reunir vários casos de violência a envolver elementos deste grupo. Em março de 2018 tudo se precipitou quando um grupo de cerca de 40 destes motards fora-da-lei invadiram, com barras de ferro, paus e facas, um restaurante no Prior Velho, para agredir os rivais.

Entre eles, Mário Machado, que escapou ileso, com um historial de conflitos com os Hells Angels, do tempo em que liderava a fação mais violenta dos cabeças rapadas no nosso país, os Portuguese Hammerskins.

Ambos os grupos de motards têm também ligações à extrema-direita violenta, com ostentação de símbolos neonazis por alguns dos seus elementos. São considerados uma ameaça à segurança nacional.

Dois dos detidos foram condenados pela morte do cabo-verdiano Alcindo Monteiro, em 1995, no Bairro Alto. Estavam entre o grupo de skinheads que agrediu violentamente vários negros na noite de 10 de junho.

O detido foi presente no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa a primeiro interrogatório judicial nesta terça-feira, tendo o tribunal, em consonância com o Ministério Público, aplicado a medida de prisão preventiva.

ZAP // Lusa

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