Há um fenómeno inexplicável a afetar algumas naves da NASA

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A anomalia foi detetada, pela primeira vez, em 1990, mas não acontece com todas as naves da NASA que tentam a manobra de assistência gravitacional.

Nas suas viagens interplanetárias, é muito comum que as naves espaciais empreguem uma técnica conhecida como “assistência gravitacional”, um procedimento que aproveita o impulso gravitacional de um planeta para aumentar a velocidade e modificar a trajetória da nave, permitindo que chegue ao seu destino no Sistema Solar, minimizando o consumo de energia.

No dia 8 de dezembro de 1990, a sonda espacial Galileo, da agência espacial norte-americana, foi alvo de um fenómeno totalmente imprevisto quando usou a técnica de assistência gravitacional, que confundiu a comunidade científica.

No seu caminho até Júpiter, Galileo sofreu uma aceleração inesperada ao passar perto do nosso planeta. Segundo o El Confidencial, esse comportamento, apelidado de “anomalia de sobrevoo”, foi detetado em outras missões posteriores, o que motivou os cientistas a investigar possíveis causas.

Nas últimas três décadas, a NASA detetou o mesmo fenómeno em seis ocasiões distintas, em naves como a Cassini, Rosetta, Messenger e Pioneer. Todas elas sofreram variações na sua velocidade que não estavam previstas nos cálculos iniciais.

Uma análise detalhada da anomalia do sobrevoo, publicada na Physical Review Letters, fala de uma mudança de energia quantificada em 10-6, mas ninguém conseguiu identificar a causa física por trás dessa peculiaridade.

Alguns especialistas sugerem que a rotação da Terra pode estar envolvida nesse efeito. Por outro lado, outras teorias apontam para a matéria escura como a responsável pela aceleração anómala das naves espaciais.

Independentemente da causa, que continua a ser estudada, o mais intrigante é que nem todas as naves foram alvo desta misteriosa anomalia. A sonda Juno, que também usou a técnica de assistência gravitacional no seu trajeto rumo a Júpiter, não sofreu qualquer aceleração, por exemplo.

Estas exceções levantam questões sobre se se trata de um efeito físico ainda desconhecido ou se existem fatores específicos que determinam o seu aparecimento em determinadas missões.

ZAP //

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2 Comments

  1. “uma mudança de energia quantificada em 10-6”
    Senhor jornalista, o que é que isto significa?
    Será 10-6 = 4?
    Será 10^(-6) = 0.000001?
    Elucide-nos, por favor.
    E uma mudança, significa um acréscimo ou uma redução?
    E já agora, foi uma “mudança” absoluta ou relativa?
    Se foi uma mudança absoluta, em que unidades é que está quantificada? Batatas?

    • Caro leitor,
      É efetivamente 10^(-6). Obrigado pelo reparo, está corrigido.
      A variação de energia em causa é relativa à aceleração inesperada referida no quarto parágrafo da notícia.
      No seu estudo científico (página 1 do pdf), os autores referem-se a “orbital energy changes, of order 1 part in 10^6”, ou seja, uma ordem de grandeza de 1 parte em 1.000.000. O valor de variação de energia de 10^(-6) é assim relativo.

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