A associação Zero alertou, esta sexta-feira, para o agravamento da qualidade da água nas praias nesta época balnear, revelando que 28 praias portuguesas já estiveram interditadas e dezenas já tiveram banho desaconselhado ou proibido.
A associação ambientalista Zero avaliou os resultados relativos à qualidade das águas balneares na presente época balnear, disponibilizados pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, e alertou para o agravamento da qualidade da água nas praias portuguesas.
De acordo com a associação, existem atualmente 658 águas balneares “com um número limitado de praias a revelarem problemas, mas de forma mais expressiva do que na época balnear passada”.
“O desaconselhamento ou proibição de banhos, mesmo que durante um curto período de tempo, afetou 29 praias, mais sete do que em período semelhante do ano passado”, refere a Zero.
Naquelas zonas balneares, de acordo com a associação, as análises “ultrapassaram os limites fixados tecnicamente a nível nacional” relativamente a pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais).
Praias interditas
Já foram interditas 28 praias, até ao momento, também mais sete que na época balnear passada, “a maioria por má qualidade da água”.
As águas balneares que apresentaram maior número de situações de água imprópria para banhos são no Funchal: Poças do Gomes, Doca do Cavacas e Gorgulho.
Quatro praias em Albufeira (Galé-Leste, Galé-Oeste, Inatel-Albufeira e Pescadores) e uma praia em cada um dos concelhos de Aljezur (Amoreira-Rio), Cascais (Duquesa), Matosinhos (Matosinhos) e Porto (Castelo do Queijo) também apresentaram, cada uma, duas situações com desaconselhamento ou proibição de banhos.
Esta quarta-feira, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) avisou que os banhos nas praias Norte, Centro e Sul de Matosinhos estão desaconselhados por motivo de “contaminação microbiológica”.
Albufeira é o concelho do país com maior número de praias afetadas por qualidade imprópria e/ou interdições, com sete praias.
As praias interiores são proporcionalmente mais afetadas, de acordo com a Zero, que apela à necessidade de averiguar causas e acima de tudo prevenir contaminação, havendo 11% de águas balneares interiores afetadas e 5% de águas balneares costeiras ou de transição afetadas.
De acordo com a associação ambientalista, muitas das zonas balneares que sofreram um desaconselhamento ou interdição durante a presente época balnear “têm classificação excelente, devendo, portanto, tratar-se de episódios esporádicos que, no contexto da legislação, até podem não pôr em causa a sua qualidade, mas que devem ter as suas causas devidamente averiguadas”.
“Mais ainda há 41 águas balneares sem quaisquer resultados de análises disponibilizados (6,2% do total)”, é referido na nota.
Segundo a associação, nenhuma das 54 praias classificadas pela associação como Praia ZERO Poluição foi abrangida por interdição associada a má qualidade da água ou por desaconselhamento ou proibição a banhos.
Distribuídas por 26 concelhos, estas 54 praias não têm nenhuma contaminação microbiológica segundo as análises efetuadas às águas nos últimos três anos.
Este número representa apenas 8% das 658 praias portuguesas que estão em funcionamento, neste verão.
ZAP // Lusa