As espécies que usam peles de cobra nos seus ninhos têm níveis mais baixos de predação, até vinda de outros pássaros.
Alguns pássaros usam pele de cobra nos ninhos para afastar predadores. É o que diz um novo estudo da Cornell University. É uma forma de afugentar até mesmo outros pássaros, por exemplo, já que são as principais presas das cobras.
Para o estudo, os autores combinaram dados novos e históricos para mostrar que pássaros que montam os ninhos cobertos com pequenas aberturas – têm mais probabilidade de usar peles de cobra perdidas na sua construção do que pássaros que constroem ninhos abertos. Basicamente, a ideia é impedir que predadores comam os ovos.
“Uma história evolutiva de interações prejudiciais entre predadores de pássaros de corpo pequeno que são frequentemente comidos por cobras deve fazer com que esses predadores tenham medo de pele de cobra dentro de um ninho. Isso pode mudar a decisão sobre se eles vão ou não entrar num ninho”, diz a equipa, num comunicado divulgado pela própria Cornell. O estudo foi publicado na The American Naturalist.
Pele de cobra nos ninhos
Os investigadores quiseram entender se a pele de cobra poderia reduzir o “interesse” de predadores ou mudar comunidades microbianas de maneiras que beneficiem as aves.
Os investigadores colocaram dois ovos de codorna dentro de mais de 60 ninhos improvisados em caixas e 80 ninhos inativos para simular ninhos cobertos com pequenas aberturas e ninhos totalmente abertos. Alguns deles receberam peles de cobra; outros não.
A cada três dias, durante duas semanas, os investigadores subiram até aos ninhos e verificaram os ovos. O resultado: pequenos mamíferos e predadores de ninhos de aves visitaram ninhos abertos, enquanto apenas pequenos mamíferos visitaram as caixas-ninho (que representavam os ninhos cobertos).
“A pele de cobra reduziu a predação de ninhos em ninhos de cavidade, mas não em ninhos abertos. Isso destaca diferentes condições ecológicas e provavelmente explicam porque, entre as espécies, pássaros que nidificam em cavidades mostram esse comportamento com mais frequência do que pássaros que nidificam em copo aberto”, conclui o artigo.
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