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Há milhares de aves a morrer no Alentejo

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Em dezembro e janeiro, morreram pelo menos 480 pássaros aspirados por máquinas durante a apanha noturna de azeitona em áreas de olival superintensivo no Alentejo.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) analisou a fiscalização feita a 25 cargas de azeitona colhidas em 75 hectares na zona de Avis, no Alentejo, e chegou à conclusão que, em dezembro e janeiro, pelo menos 480 pássaros morreram aspirados por máquinas durante a apanha noturna de azeitona em áreas de olival superintensivo.

Nas contas do ICNF dá “uma média de 6,4 aves mortas por hectare”. Contudo, se extrapolarmos para os 15 mil hectares de olival superintensivo existentes, pode indiciar a mortandade anual de mais de 96 mil aves, avança o Expresso.

As máquinas de apanha começam a trabalhar à noite, aproveitando o período de repouso das aves. Ainda assim, o ruído e a iluminação configuram uma ameaça para estes animais, uma vez que estes aparelhos podem cegar os pássaros, incapacitando-os de fugir – isto faz com que as aves acabem por ser sugadas em grande número.

O presidente do ICNF considera que os números de aves mortas no Alentejo “não são estatisticamente relevantes para determinar já a proibição da apanha noturna”.

O responsável considera que “é necessário reforçar a amostragem na próxima época de colheita, entre outubro e janeiro” e só depois “se podem tomar medidas mais drásticas”. Por agora, adianta, basta aconselhar os operadores a “fazerem o espantamento de aves”.

No entanto, a Quercus e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) exigem a proibição da apanha noturna. “A Diretiva Aves diz que não devem ser alvo de distúrbio no período de repouso”, explica Domingos Leitão, da SPEA, lembrando que “se espantarem as aves de uma fileira de oliveiras elas voam para outra.

“Quando são detetados impactos negativos como estes, as autoridades devem agir rapidamente e em conformidade. Estamos a falar de centenas de milhares de aves mortas”,afirma Nuno Sequeira, da Quercus.

O responsável lamenta “a falta de regulamentação que permite a mortandade das aves e outros impactes ambientais, como a erosão e contaminação do solo e a poluição de aquíferos com químicos de síntese usados na agricultura intensiva e superintensiva”.

ZAP //

9 Comments

  1. Essas máquinas trabalham de dia, de noite, a chover, ou a fazer Sol; agora trabalharem de noite para aproveitarem o período de repouso das aves? parece que é de propósito para apanharem as aves… o que fazem de mal as aves para impedirem a colheita?
    É assim Zap?

  2. E as que são mortas pelos caçadores? No caso em concreto os tordos que estão em vias de extinção mas que têm constantemente as armas apontadas mesmo antes do amanhecer quando repousam ainda sobre as árvores é ouvir o tiroteio a limpar neles.

  3. Parece que gente frustrada usa com frequência a tecnologia para comentar de uma forma baixa, insultuosa sem propósito nenhum a não ser o de chocar quem lê. Estas pessoas são normalmente,pouco instruídas, com um grau baixo de autoestima e as quais sofrem com o desprezo a que são votadas.Usam o anonimato como um ladrão usaa máscara para não ser reconhecido.Todo este desabafo e constatação serve para alertar este feed de notícias que não deveria autorizar este tipo de comentários

  4. 96 mil aves mortas e aspiradas junto com as azeitonas que depois vão ser esmagadas no azeite que vem para a nossa mesas “não são estatisticamente relevantes para determinar já a proibição da apanha noturna”?

    Então que números são relevantes?
    E onde anda a ASAE a fiscalizar o azeite?

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