A Fundação Calouste Gulbenkian recebeu uma oferta de compra para a petrolífera Partex, estando “neste momento em processo de negociações com o grupo interessado”, garantindo que manterá as atividades filantrópicas da instituição.
Como a Lusa noticiou em junho passado, a Gulbenkian estava a avaliar a entrada de grupos internacionais, com interesses no Médio Oriente, na petrolífera Partex, de que detém atualmente a totalidade do capital.
Em comunicado, a Fundação reiterou que “tem vindo a equacionar a alienação dos investimentos nos combustíveis fósseis (que representaram cerca de 18% dos ativos em 2017), tendo em conta uma nova matriz energética e os seus objetivos em prol da sustentabilidade, na linha do movimento internacional seguido por outras fundações”.
E acrescentou que “recentemente recebeu uma oferta de compra e encontra-se neste momento em processo de negociações com o grupo interessado”, cujo nome não indica.
Em caso de acordo nas negociações, garante, “a recomposição do património da Fundação continuará, como no passado, a garantir a realização de todas as atividades filantrópicas da instituição que Calouste Gulbenkian quis ver como perpétua e destinada ao bem da humanidade”.
A Fundação Calouste Gulbenkian detém 100% do capital da Partex, empresa que é liderada por António Costa Silva.
A Partex foi fundada em 1938, por Calouste Gulbenkian, que até então “tinha sido o grande promotor da criação da Iraq Petroleum Company, uma empresa que reuniu os interesses das empresas que hoje se chamam BP, Shell, Total, Exxon Mobil, e onde ficou com 5%, passando a ser conhecido como o “Mister Five Per Cent”.
Foi a Iraq Petroleum Company que iniciou toda a atividade da indústria petrolífera no Médio Oriente, juntando como parceiros o Iraque, Qatar, Abu Dhabi e Omã.
Calouste Gulbenkian entrou na Iraq Petroleum Company em nome individual, mas depois criou a empresa Participations and Explorations, daí o nome Partex, que assinou em 1939 a primeira concessão com Abu Dhabi.
Com a nacionalização de 60% da concessão em 1971, surgiu a empresa nacional ADNOC em Abu Dhabi, diminuindo a participação de todos os acionistas, o que no caso da Partex representou uma redução de 5% para 2%.
No início de maio de 2017, Isabel Mota tomou posse como presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e elegeu a ação social como uma das prioridades para o seu mandato à frente da instituição sem fins lucrativos.
// Lusa
Possivelmente um passo para mais um final infeliz!
No mundo da alta finança, nada é claro, nada é certo nem nenhum dos envolvidos sabe tudo daquilo em que está envolvido… imaginemos, nós, comuns mortais…