José Sena Goulão / Lusa

O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento
Vários deputados sociais-democratas estão desagradados com a liderança da bancada por parte de Joaquim Miranda Sarmento, que deverá sair no fim do Verão.
Os conflitos antigos do tempo de Rui Rio podem ditar a saída de Joaquim Miranda Sarmento da liderança da bancada parlamentar do PSD. De acordo com o Diário de Notícias, Miranda Sarmento estará a planear uma saída “elegante” da bancada depois do Verão, sem “beliscar” o partido.
As dúvidas foram levantadas pela não-resposta do líder da bancada aos boatos sobre a sua saída, afirmando que não tem comentários a fazer. “Está de saída, caso contrário tinha sido objetivo na resposta”, adianta uma deputado.
“Há vozes [no parlamento] que o contestam? Há. Há desconforto? Há. Há desacertos? Há. Há desagrados? Há. Há mau ambiente? Há“, confirma uma fonte que rejeita a ideia de que as criticas a Miranda Sarmento venham de deputados ligados a Rui Rio que querem fragilizar a liderança de Montenegro. “Toda a gente sabe que se há alguém que gosta do Sarmento são os do Rio, é natural”, acrescenta.
Já fontes mais próximas da direção referem que as “divergências são naturais” e que Miranda Sarmento é “uma pessoa especial com características de personalidade muito próprias” e com “pensamentos diferentes”.
Um exemplo destas divergências terá sido a sua decisão de votar a favor das propostas do Chega e da IL para a constituição de uma comissão de inquérito ao SIS, algo que surpreendeu a própria direção. Uma fonte do partido descreve a situação como uma “precipitação desnecessária” porque “matérias destas não podem ser tratadas assim na praça pública”.
O caso do deputado Carlos Eduardo Reis, que não gostou de ver Miranda Sarmento a abordar a Operação Tutti-Frutti no debate parlamentar com António Costa, também causou problemas, com o deputado a recusar ser o “idiota útil”.
Tudo isto estará a levar a que seja preparada uma “saída limpa” de Miranda Sarmento. A retirada de Miranda Sarmento “obriga necessariamente” a que “não seja maltratado na saída” porque “fez o melhor que pôde“, afirma uma fonte. “O partido tem que ter essa gratidão por quem dá a cara, ainda que não consiga os resultados que se esperavam”, acrescenta.
Uma outra fonte sugere que o líder parlamentar seja colocado onde pode “estar como peixe na água: no Parlamento Europeu para mais tarde vir para o governo“.