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Uma guerra com Irão seria curta e sem tropas no solo, diz Trump

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Erik S. Lesser / EPA

Donald Trump afirmou esperar que não haja guerra com o Irão e frisou que, caso o conflito aconteça, os Estados Unidos estão “numa posição muito forte e a guerra não durará muito tempo”.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu esta quarta-feira que os Estados Unidos terão uma posição de força em caso de conflito com o Irão e que se houver guerra será de curta duração e sem necessidade de enviar tropas para aquele território. “Uma guerra contra o Irão não duraria muito tempo”, disse em entrevista ao Fox Business.

Afirmando esperar que não haja guerra, o Presidente dos Estados Unidos sublinhou que, caso o conflito aconteça, o país está “numa posição muito forte e [a guerra] não durará muito tempo”. Trump também afastou a possibilidade de “enviar militares para o solo” em caso de guerra contra o Irão.

As relações entre Washington e Teerão têm estado muito tensas desde o ano passado, quando Trump decidiu retirar unilateralmente os Estados Unidos do acordo sobre o nuclear e restabelecer sanções ao Irão.

O acordo, assinado quando Barack Obama era Presidente dos Estados Unidos, envolvia os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, China, Rússia, França, Reino Unido) e ainda a Alemanha e destinava-se a travar os planos de construção de armas nucleares por parte do governo de Teerão.

Para ver as sanções económicas retiradas, em 2015 o governo iraniano acordou limitar drasticamente o seu programa nuclear e assegurar que não produziria armas nucleares.

O Presidente Donald Trump adotou uma “linha dura” face ao Irão, acusando-o de propagar o caos na região através dos seus aliados no Iraque e outros países.

Em maio deste ano, um ano após a decisão de Trump de abandonar o acordo, o Irão decidiu, por seu turno, suspender alguns dos compromissos a que estava sujeito pelo acordo nuclear de 2015, aumentando a produção de urânio enriquecido, mas arriscando mais sanções económicas.

Os EUA acusam o Irão de apoiar financeiramente movimentos jihadistas em vários países árabes, nomeadamente na Síria, e consideram que Teerão tem vindo a procurar condições para ameaçar os interesses norte-americanos na região. Em resposta a essas ameaças, os EUA enviaram um porta-aviões e uma força de bombardeiros para o Golfo.

A tensão voltou a aumentar quando o Irão derrubou um drone [aparelho aéreo não-tripulado] norte-americano, que levou Washington a preparar ataques aéreos retaliatórios, cancelados à última hora.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse esta quarta-feira que a União Europeia “está a acompanhar a situação de perto e preocupada com a tensão na região do Golfo Pérsico”.

Na quinta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, avisou os Estados Unidos para as consequências do uso da força contra o Irão, depois do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, ter escrito na rede social Twitter: “O Irão cometeu um enorme erro”.

O Irão alega que o avião não tripulado de vigilância norte-americano estava em espaço aéreo iraniano e que foi alertado várias vezes antes de ser lançado um míssil contra ele.

Na terça-feira, o Irão anunciou que irá libertar-se “resolutamente” de dois outros dos seus compromissos no quadro do acordo internacional sobre o seu programa nuclear “a partir de 7 de julho” e disse estar cansado da “insolência” dos europeus.

A Europa adotou uma série de medidas de contraponto em relação às sanções económicas impostas pelos Estados Unidos desde maio de 2018, mas estas não têm sido eficazes.

ZAP // Lusa

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