O grupo de enfermeiros que tinha feito uma participação disciplinar contra a bastonária por causa de comentários nas redes sociais que consideram violadores dos deveres deontológicos, recorreu do arquivamento da queixa para o Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada.
Numa nota enviada hoje à Lusa, o grupo de enfermeiros diz que discorda da decisão do Conselho Jurisdicional da Ordem dos Enfermeiros (OF), considerando que “vem legitimar a ameaça e a difamação como prática aceitável dos órgãos da OE para com a sociedade civil, desconsiderando o que são os deveres deontológicos da profissão, legalmente consagrados”.
O Conselho Jurisdicional da OE tinha decidido no mês passado arquivar a participação feita por este grupo de enfermeiros por considerar que os comentários de Ana Rita Cavaco no Facebook não representavam uma violação de normas legais e deontológicas, tratando-se de “uma opinião pessoal, subjetiva, suportada pela invocação de factos que apontam para essa mesma opinião”.
“Não é um discurso objetivamente difamatório, pelo que nele não pode ser associada qualquer infração dos deveres deontológicos e consequente responsabilidade disciplinar”, refere o acórdão do CJ, a que a agência Lusa teve acesso.
No comunicado hoje enviado à Lusa, o grupo de enfermeiros diz que no recurso pretende “evidenciar a existência de dois pesos e duas medidas dentro da OE, por comparação a outros processos disciplinares em que o CJ invoca e sustenta a existência das mesmas infrações quando se trata de outros enfermeiros, que dizem respeito precisamente à dignificação e imagem da profissão”, acrescentam.
Dizem ainda que há uma “clara deturpação da jurisprudência” quanto à liberdade de expressão como um direito fundamental, “que nunca serviu para legitimar a pura ofensa”.
No texto do recurso, os enfermeiros explicam que, em 11 de dezembro de 2020, a bastonária imputou a uma enfermeira (Leila Soares) o recrutamento de voluntários para eventual participação na vacinação contra a covid-19, referindo-se a ela como “uma Leila qualquer” e afirmando: “[Na Ordem dos Enfermeiros] a cadeia de comando é clarinha como água e terei mão extremamente pesada para invenções ou más intenções. Num processo tão sério e importante não haverá espaços para parvoíces ou voluntarismos de pessoas com outras intenções. Sei bem o que digo. Não há margem para erro. Fica o aviso”.
Aludem ainda a uma outra publicação, de 2 de fevereiro, na qual Ana Rita Cavaco, reportando-se à presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, com reprodução de uma notícia digital e fotografia, escreveu o seguinte: “Presidente da Câmara de Portimão. A gorda fura filas. Malvada a hora que nasci magra”
Entre outras publicações na rede social facebook, apontam ainda um post em que a bastonária escreveu, em 29 de janeiro de 2021, reportando-se ao presidente da Assembleia Municipal de Arcos de Valdevez: “Este cavalheiro […] veio dizer [..] que sou demagógica porque o acusei de fazer vacina sem ser prioritário e ter dado uma desculpa de chico esperto. […] Fixem-no bem, tenho costela minhota, venha cá abaixo falar-me sem demagogia seu traste […].
Consideram no recurso apresentado que com estas publicações a bastonária desprestigiou “profunda e reiteradamente” a OF e a profissão de enfermeiro e violou alguns artigos do Estatuto, cometendo “várias infrações disciplinares”.
Com este recurso, o grupo de enfermeiros pretende anular a decisão do órgão jurisdicional da OF e ver instaurado um processo disciplinar a Ana Rita Cavaco, assim como um processo de averiguações.
// Lusa
A Ana Rita Cavaco, não só desprestigia a profissão de enfermeiro, como está no cargo apenas para trampolim político. Esta senhora é um flop no cargo que ocupa, porque apenas lhe interessa o trampolim para outros voos. Como é que há pessoas que continuadamente se deixam enganar..
Aos poucos para quem a Ética tem sentido, exijam que seja expulsa.
É amiga do Ventura é isso diz tudo!!
Certo é, que há Profissionais envergonhados de terem uma “Criatura” deste gabarito, para os representar. Mas…alguns provam que os tem no sitio !
Parece-me muito grave que o CJ tenha dois pesos e duas medidas aplicando processos disciplinares a enfermeiros que ninguém conhece e que não representam ninguém e desculpando esta indisciplinada bastonária que não se coibe de publicar as suas estúpidas opiniões magoando deveras os visados, muitas vezes sem razão! Qual liberdade de expressão! Isto chama-se simplesmente falta de educação o que não é aceitável numa pessoa que lidera. É um péssimo exemplo para os seus subordinados!!