Grupo 400 Mowozo apontado como responsável pelo rapto de 17 missionários estrangeiros no Haiti

Alex E. Proimos / Flickr

É comum circularem nas estradas do Haiti viaturas sobrelotadas

Grupo raptado era composto por 14 adultos e três crianças que se encontravam em território haitiano no quadro de uma missão de solidariedade dinamizada pela Christian Aid Ministries.

Um grupo armado intitulado 400 Mawozo, considerado um dos mais perigosos do Haiti, tem sido apontado como o responsável pelo sequestro de 17 pessoas, a maioria missionários norte-americanos e canadianos, às portas de um orfanato localizado na localidade de Ganthier, a qual será, segundo fontes internacionais, controlada por este gangue.

No grupo de pessoas raptadas, incluem-se 14 adultos, membros da associação Christian Aid Ministries, localizada no Ohio, e três crianças. A instituição, escreve o The Guardian, apoia cerca de nove mil crianças haitianas, tendo emitido apelos após o sucedido para que os indivíduos raptados fossem libertados em segurança. Segundo o The New York Times, o incidente terá acontecido quando o grupo regressava a casa depois de visitar um orfanato em Fond Parisien — foram mandados parar pelo grupo fortemente armado.

De acordo com o The Washington Post, um dos elementos raptados conseguiu enviar uma mensagem de Whatsapp durante o período em que estava a ser transportado para uma localização incerta. “Por favor, rezem por nós” Estamos a ser feitos reféns, eles raptaram o nosso motorista. Rezem, rezem, rezem. Não sabemos para onde nos estão a levar“, escreveu.

No que concerne ao 400 Mawozo, recentemente focou a sua ação em igrejas e grupos religiosos. Em abril já haviam sequestrado 100 pessoas, nomeadamente líderes religiosos que foram posteriormente libertados — ficando este caso associado à demissão do do então primeiro-ministro haitiano, Joseph Jouthe.

Ao longo dos últimos meses, os casos de sequestros no Haiti têm vindo a aumentar de forma sucessiva, contabilizando-se, desde o início de 2021, um total de 628 raptos, incluindo de 29 estrangeiros de três nacionalidades. Esta tornou-se uma forma de financiamento dos grupos armados que, após os sequestros, pedem resgates às famílias das vítimas em troca da sua libertação.

A estratégia aplicada pelo grupo 400 Mawozo neste sequestro tem sido, de resto regra, desde que começou a realizar raptos em larga escala: montam barricadas em estradas muito frequentadas, de forma a apanhar qualquer indivíduo que por ali passe seja de carro ou autocarro.

ZAP //

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