Os cientistas têm tentado sintetizar uma nova forma de carbono há já mais de uma década. Uma nova investigação da University of Colorado Boulder, nos Estados Unidos, colocou um fim neste esforço.
Investigadores norte-americanos conseguiram sintetizar o grafino, um nanocarbono que pode ser ainda mais poderoso do que o grafeno.
Enquanto este último consiste em átomos de carbono dispostos em formato de favo de mel, que formam uma folha com apenas um átomo de espessura, o grafino tem um desenho um pouco mais complexo, com hexágonos interligados como se fossem vértices de triângulos.
Segundo explica o Science Daily, existem diferentes formas de construir alótropos de carbono, dependendo de como o carbono hibridizado sp2, sp3 e sp (ou as diferentes maneiras pelas quais os átomos de carbono se ligam a outros elementos) e as suas ligações correspondentes são utilizadas.
Os alótropos de carbono mais conhecidos são a grafite e o diamante, mas, após a descoberta do grafeno, existe agora uma infinidade de “nanocarbonos”. Os cientistas vinham a estudar o grafino já há muito tempo, porque as teorias indicam que o material apresenta a altíssima condutividade elétrica do grafeno, mas com um extra essencial para aplicações práticas: a possibilidade de controlo da corrente elétrica.
De acordo com a equipa da universidade norte-americana, a condução de eletrões nos grafinos deverá ser “excecionalmente rápida”, como no grafeno. No entanto, a condução de eletrões em alguns grafinos pode ser controlada numa direção definida, ao contrário da condução multidirecional no grafeno.
A equipa conseguiu sintetizar o grafino – mais especificamente, o γ-grafino, a forma mais estável dos grafinos – usando um processo chamado metátese alcino,uma reação orgânica que envolve a redistribuição de ligações químicas alcino (um tipo de hidrocarboneto com, pelo menos, uma ligação covalente tripla carbono-carbono).
“Há uma diferença muito grande entre grafino e grafeno, mas no bom sentido. Este pode ser o material milagroso da próxima geração. É por isso que estamos muito animados”, resumiu Wei Zhang, líder da equipa.
Os resultados surgem num novo artigo científico, publicado recentemente na Nature Synthesis.