Vários diplomas importantes, como o novo aeroporto de Lisboa ou a venda da TAP, estão agora ficar nas mãos do próximo Governo.
Com a formalização da demissão do Governo esta quinta-feira, o Governo entra agora oficialmente em gestão e fica com poderes limitados. Esta limitação significa que vários dos diplomas mais importantes que o Governo estava a preparar vão agora ficar na gaveta, com a decisão final a ficar nas mãos do executivo que vai sair das eleições de Março.
Diplomas que vão cair
O projeto do novo aeroporto de Lisboa, um investimento crucial para o país, está numa fase decisiva, mas a decisão final será do próximo executivo. De acordo com João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas, o relatório preliminar da Comissão Técnica Independente está pronto, mas o Governo de gestão não pode tomar a decisão final.
A reprivatização da TAP, aprovada pelo Conselho de Ministros em Setembro, enfrenta um impasse devido ao veto do Presidente da República e a demissão do Governo. O objectivo era concluir o processo de privatização até meados de 2024, mas agora deverá ser uma decisão do próximo executivo.
A proposta de um novo modelo de actualização das pensões, inicialmente prevista para Janeiro, foi adiada para depois das eleições legislativas antecipadas de 10 de Março. O Governo pretendia um mecanismo de atualização menos suscetível a picos de inflação, mas a solução final ficará a cargo do novo governo.
Outros diplomas que vão ficar nas mãos do próximo Governo incluem a reforma a tempo parcial, que permitiria acumular a reforma com um salário e ficou decidida no acordo de rendimentos assinado em Outubro e o salário isento através da distribuição de lucros, que permitia oferecer um salário extra aos trabalhadores (até 4100 euros) isento de IRS, sob a forma de distribuição de lucros.
A redução do horário de trabalho dos médicos para 35 horas, a tributação dos recibos verdes e grande parte das mudanças na lei do tabaco, como a proibição da venda e consumo perto de escolas, também vão cair.
Diplomas que vão avançar
Alguns projetos, no entanto, avançarão apesar da gestão limitada. O concurso para o primeiro troço da linha de Alta Velocidade (TGV) deverá prosseguir em janeiro, após o acordo entre o secretário-geral do PS e o presidente do PSD. Além disso, as obras no Aeroporto Humberto Delgado foram aprovadas numa resolução do Conselho de Ministros.
O salário mínimo nacional aumentará para 820 euros, e as pensões terão uma atualização regular entre 5% e 6%. A Função Pública verá também uma atualização salarial de 52,63 euros para ordenados até 1754,49 euros e de 3% para vencimentos superiores e vai também avançar o novo SIADAP (sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública).
O acordo salarial alcançado com o Sindicato Independente dos Médicos vai também entrar em vigor. Por fim, os senhorios com rendas antigas receberão uma compensação, um movimento aprovado pelo governo antes de sua demissão.
Essa história do TVG cheira mal como tudo! Mais um projeto para roubar milhões ao contribuinte!
E da aprovação dos Estatutos das Ordens profissionais?!
Consta-me que teriam de ser aprovados para se poder manter as verbas do PRR…~
Quanta ligeireza, Adriana…