O ministro das Infraestruturas apelou aos sindicatos da CP que desconvoquem a greve que considera “vazia de objetivos”. Miguel Pinto Luz revelou também ter apresentado uma proposta de aumentos salariais no valor de 5,75 milhões de euros, que não obteve resposta.
Esta é uma semana complicada para quem anda de comboio.
As greves convocadas pelos sindicatos ASCEF, ASSIFECO, FECTRANS, FENTCOP, SINAFE, SINDEFER, SINFA, SINFB, SINTTI, SIOFA, SNAQ, SNTSF, STF e STMEFE, entre os dias 7 e 8; pelo sindicato SMAQ, entre os dias 7 e 14; e pelo sindicato SFRCI, entre os dias 11 e 14 de Maio vão dificultar muito a circulação.
Para piorar a situação, o Tribunal Arbitral decidiu – por unanimidade –, na última sexta-feira, não fixar quaisquer serviços mínimos.
Quarta (dia 7) e quinta-feira (8) serão os dias mais críticos.
Pinto Luz ataca sindicatos
A poucas horas do início da greve da maioria das forças sindicais, o Governo, pela voz do ministro das Infraestruturas Miguel Pinto Luz apelou aos sindicatos da CP para que desconvoquem a “greve vazia de objetivos”.
“O país é surpreendido pelas maiores greves desde que tomámos posse. Greves marcadas já com o Governo em gestão, limitado na sua capacidade negocial; greves marcadas especificamente para o período de campanha eleitoral; greves que não são ferramentas de negociação; greves vazias de objetivos”, considerou Pinto Luz.
Mesmo “em gestão” e “limitado”, o ministro disse ter apresentado uma proposta de aumentos salariais no valor de 5,75 milhões de euros, “com uma reestruturação extraordinária das carreiras, o máximo que nesta situação de Governo em gestão nos é permitido”. Contudo, o Governo não obteve resposta.
“Houve total boa fé do Governo, mas, até ao momento, não houve abertura por parte dos sindicatos”, lamentou Miguel Pinto Luz, que falava numa conferência de imprensa, em Lisboa.
A CP tem vindo a alertar para a possibilidade de “fortes perturbações na circulação” a partir de quarta-feira, e até 14 de maio, devido a greves convocadas por vários sindicatos, e por não terem sido definidos serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico Social.
ZAP // Lusa