Governo aprova mais de 607 milhões para infraestruturas das forças de segurança

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José Luis Carneiro

Representantes sindicais defendem que dignificação da profissional não pode passar por apoios sociais, alertando para a incapacidade de atrair novos profissionais.

As tentativas do Governo em negociar com os municípios uma série de medidas sociais dirigidas para os profissionais da polícia não está a ter bem recebida pelos representantes sindicais da classe, que defendem que a dignificação da carreira não pode passar por uma política de apoios sociais. Este foi o posicionamento assumido por Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), ao jornal Público.

A mesma fonte avança que as negociações estão a decorrer no âmbito de reuniões do ministério com as áreas metropolitanas, nas quais se discute temas como as estratégias integradas de segurança urbana, os contratos locais de segurança ou a definição de programas municipais de segurança rodoviária.

Fonte ministerial explicou que foi proposto “o estabelecimento de protocolos entre estas associações de municípios, a PSP, a GNR, que pudessem beneficiar militares e agentes das forças e serviços de segurança, no acesso a serviços e bens públicos“.

De acordo com o Público, os protocolos ainda não foram assinados, mas podem ainda contemplar “condições de acesso mais vantajoso a habitação por parte de jovens militares da GNR, polícias e guardas florestais em início de carreira”, o  acesso “gratuito ou redução de valor de acesso a equipamentos desportivos ou atividades de natureza desportiva e a refeitórios municipais, nos mesmos termos dos funcionários municipais”.

No entanto, a ASPP “considera importante os avanços de políticas sociais e habitacionais. No entanto, tais medidas não devem ser o argumento para barrar a necessidade de alteração de dignificação salarial”. Em declarações ao jornal Público, Paulo Santos estabeleceu ainda que “a PSP não pode ser vista como uma polícia menor, os salários não devem ser confundidos com apoios assistencialistas, a dignificação profissional não se faz com apoios“.

Também Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol), partilha desta visão, defendendo que o organismo que representa “não está contra os apoios sociais que o Governo queira dar aos polícias, mas a solução não pode ser só essa”

Governo aprova mais de 607 milhões para infraestruturas das forças de segurança

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira um investimento de mais de 607 milhões de euros para melhorar e modernizar as infraestruturas e equipamentos das forças e serviços de segurança, anunciou o ministro da Administração Interna.

O investimento está previsto no âmbito da programação de infraestruturas e equipamentos das forças e serviços de segurança do Ministério da Administração Interna, um compromisso plurianual até 2026.

Em conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho de Ministros, José Luís Carneiro explicou que se trata de um investimento superior a 607 milhões de euros que dá continuidade a um programa de investimentos iniciado em 2017 e no âmbito do qual já foram executados mais de 340 milhões de euros. A maioria da verba aprovada destina-se a infraestruturas (236 milhões de euros) e aos sistemas de tecnologia de informação e comunicação (250 milhões de euros).

ZAP/Lusa //

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