Presidente foi detido, fronteiras foram encerradas. Nova realidade no país do Ocidente de África.
Mudança à vista no Burkina Faso. Nesta segunda-feira militares locais anunciaram na televisão que tomaram o poder no país do Ocidente de África.
Num país envolvido há alguns anos em clima tenso, já no domingo registaram-se motins de militares, que querem a substituição das chefias militares e exigem os “meios apropriados” para combater os grupos terroristas, que atacam o país desde 2015.
O exército admitiu que houve alguma confusão mas assegurou que tinha tudo controlado; e negou qualquer tomada de poder por parte do exército. Houve indicação de recolhimento obrigatório ao longo da noite seguinte.
No entanto, apenas um dia depois, o presidente Roch Marc Christian Kaboré (depois de alegadamente ter escapado a uma tentativa de homicídio) foi detido pelos militares.
Horas depois, à tarde, militares tomaram conta da emissão televisiva da estação pública nacional e anunciaram que tomaram conta do poder no país.
A SKY acrescenta que, além da detenção do presidente, o Governo e o Parlamento foram dissolvidos e as fronteiras foram encerradas.
A agência de notícias AFP indica que os militares alegaram que não há segurança no país e que o presidente não consegue unir os habitantes – por isso tomaram esta decisão.
Não há indicação sobre a localização de Kaboré mas os militares asseguraram que os detidos estão num local seguro.
Roch Marc Christian Kaboré foi eleito presidente do Burkina Faso em 2015. Foi reeleito em 2020 mas a contestação tem aumentado, num país africano marcado por actos de violência de vários grupos extremistas islâmicos e pela incapacidade das forças armadas do país responderem ao problema da insegurança.